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Aumenta a procura por produtos para crianças

Último trimestre costuma ter o melhor desempenho do ano
Os produtos para crianças da previdência privada, sucesso de venda no mercado nos últimos seis anos, costumam registrar crescimento substancial no último trimestre do ano. De janeiro a setembro de 2010, o setor captou cerca de R$ 1 bilhão, frente a R$ 3,3 bilhões em todo o ano de 2009, segundo os dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).
“As vendas dos planos para menores normalmente se concentram no último trimestre do ano. Em outubro, temos o dia das crianças, quando costumam ocorrer as campanhas das seguradoras e dos bancos. Mas dezembro é o melhor mês do mercado, com registro de captação muito maior do que a média”,afirma o vice-presidente da Fenaprevi, Renato Russo, também vice-presidente da SulAmérica Vida e Previdência.
As pessoas aumentam as contribuições ao Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) em dezembro para, em 2011, deduzir parte dos aportes da renda bruta anual, no período da declaração completa do imposto de renda.
“Nos últimos anos, o crescimento dos planos para menores tem sido substancial porque sua criação supriu uma demanda não atendida. Gradativamente, esse cenário vai se ajustando a patamares de normalidade”, explica Russo.
Mas algumas empresas registram incremento significativo dos planos para menores antesdoúltimo trimestre. O superintendente de Produtos da Brasilprev, João Batista Mendes Angelo, afirma que a arrecadação acumulada do Brasilprev Júnior, de janeiro a setembro de 2010, aumentou 9,2% sobre o mesmo período de 2009. Em número de clientes, a Brasilprev soma 550 mil planos, base 43% maior do que a de setembro de 2009.
Na SulAmérica Vida e Previdência, somando as contribuições regulares e esporádicas ao produto para crianças e jovens, chamado Educaprevi, de janeiro a outubro de 2010, a empresa registrou R$ 5,49 milhões. O crescimento foi 105% superior ao do mesmo período de 2009, quando as contribuições somaram R$ 2,67 milhões.
Os planos para crianças, ao longo dos anos, têm superado o crescimento dos produtos destinados aos adultos. “Quando sobram recursos, as famílias querem investir no futuro dos filhos em detrimento das necessidades próprias”, afirma o superintendente de relacionamento com o cliente da Sul América, Gustavo Brandão.
O aporte inicial mínimo é de R$ 50,00 por mês na SulAmérica Vida e Previdência. Mas o tempo mostra que o tíquete médio das contribuições ao plano Educaprevi é de R$ 120,00, a partir da idade média de 7 anos. O contrato do produto prevê aportes até os 24 anos de idade.
Uma simulação feita com contribuições mensais de R$ 50,00 ao Educaprevi, por 24 anos, resultará em R$ 23.430 de reserva, considerando rentabilidade líquida de 8% ao ano. Atualmente, do total aplicado nos planos Educaprevi, 44% estão em renda fixa, 33% em planos moderados (permite investimento de até 30% do patrimônio em ações) e 27% em planos agressivos (até 49% do patrimônio podem ser colocados em renda variável).
Encerrada a fase de aportes, o dinheiro acumulado poderá ser sacado pelo jovem para o pagamento de faculdade, pós-graduação, início da atividade profissional, compra de um imóvel ou até mesmo início de um plano de previdência para a aposentadoria.
Há dois anos, uma pesquisa qualitativa realizada na Brasilprev identificou que o objetivo de 100% dos pais era usar os recursos do Plano Brasilprev Júnior para a formação educacional do filho, segundo o superintendente de Produtos da Brasilprev, João Batista Mendes Angelo.
Como no Brasil ainda não há um plano de previdência com objetivo especificamente educacional, os produtos para menores têm cumprido essa função. Estáemnegociação a aprovação de uma legislação que crie um produto educacional com previsão de incentivo fiscal. Não haveria incidência de tributo sobre o benefício, se efetivamente usado para pagamentos de gastos com educação.
Na Brasilprev, o menor de idade pode fazer aportes nos fundos Ciclo de Vida até os 21 anos. O produto faz a migração automática dos investimentos da renda variável para a renda fixa, conforme o momento do resgate se aproxima.
O montante alocado nesse tipo de fundo está crescendo. De janeiro a setembro de 2010, do total das novas vendas dos Planos Brasilprev Júnior, 41% optaram pelos fundos Ciclo de Vida, contra 24% no mesmo período de 2009.
O aporte mínimo no Plano Brasilprev Júnior é de R$ 25,00. O tíquete médio do produto é de R$ 100,00, ante R$ 93,00 em 2009 e R$ 85,59 em 2008. Nos dois últimos anos, a contratação para menores de 6 anos cresceu de 23% para 32%, indicando o maior interesse por planos para crianças pequenas, diz o gerente de Clientes e Mercado da Brasilprev, Sandro Bonfim.
Os planos para menores são oferecidos ao mercado há 15 anos. O levantamento da Sul América Vida e Previdência identificou que mais de 90% dos aportes são feitos por pais e 10% por tios ou avós.

Fonte: Valor

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