Oposição quer que a Procuradoria investigue quebra de sigilo de tucanos
Os três principais partidos de oposição – PSDB, PPS e DEM – vão protocolar daqui a pouco na Procuradoria Geral da República (PGR) um pedido de investigação para identificar o suposta envolvimento de integrantes do governo federal e do PT com a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato tucano à Presidência e ao PSDB. A decisão foi tomada um dia depois da revelação que houve acesso ilegal às Declarações de Imposto de Renda de quatro pessoas ligadas a José Serra a partir da Delegacia da Receita Federal, em Mauá (SP), em outubro de 2009.
Se a PGR autorizar a investigação, a suposta quebra de sigilo passa a ser investigada por três órgãos da administração pública: A Corregedoria da Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público. O MP já recebeu cópia do processo administrativo, instaurado pela Receita, para apura o possível envolvimento de três servidoras da delegacia de Mauá no episódio. As três analistas negam envolvimento no caso.
Os dados do processo administrativo instaurado pela Receita para investigar o caso mostram que, além do vive-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luiz Carlos Mendonza de Barro, o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio e Gregório Marin Preciado, marido de uma prima de Serra, também tiveram dados do sigilo fiscal acessado da sede dos terminais da delegacia de Mauá.
Todos os acessos ocorreram, segundo os dados da investigação, no dia 8 de outubro do ano passado, entre as 12h27m e 12h43m daquele dia. Para ter acesso as informações sigilosas das quatro pessoas ligadas a Serra – além de Eduardo Jorge, Luiz Carlos Mendonça de Barro também é filiado ao PSDB – foi utilizada a senha de Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva a partir do terminal da servidora Adeilda Ferreira Leão dos Santos.
Receita, na investigação, afirma que os quatro nomes ligados a Serra são de “contribuintes que despertaram interesse na apuração”. O processo administrativo também apura supostos acessos indevidos a outras três declarações de renda de pessoas aparentemente sem vínculo com o candidato tucano. No processo, a Receita ainda fez um levantamento sobre algumas informações pessoais de cada uma das eventuais vítimas de quebra de sigilo ilegal.
Fonte: O Globo
