Bons indicadores e notícias de Dubai fazem Ibovespa subir 2,03%
A combinação de bons indicadores da economia com o arrefecimento nos receios sobre a moratória da holding Dubai World abriu espaço para o mercado de ações cravar hoje o maior patamar em mais de 17 meses. Em terreno positivo desde a abertura da jornada, o Ibovespa encerrou o dia com valorização de 2,03%, aos 68.408 pontos, pontuação mais alta desde o dia 17 de junho de 2008 (68.437 pontos). Os negócios com ações seguiram em patamares elevados, registrando R$ 7,934 bilhões no primeiro pregão de dezembro.O desempenho positivo das bolsas de Nova York e das commodities garantiu o ambiente favorável para os negócios no Brasil, que chegou a alcançar os 68.757 pontos (alta de 2,56%) na máxima do dia. No ano, a valorização do índice passa a ser de 82,18%.Alguns analistas já se arriscam a dizer que a crise de Dubai ficou para trás. Hoje, os receios com o emirado foram mitigados com a notícia de que a holding estatal de investimentos iniciou conversas com os bancos para reestruturar cerca de US$ 26 bilhões de sua dívida estimada em aproximadamente US$ 60 bilhões. ” Aparentemente, Dubai ficou de lado e mercado começa a ignorar totalmente os eventos de lá ” , diz Eduardo Roche, gerente de investimentos da Modal Asset Management.Além disso, uma série de indicadores favoráveis divulgados na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos trouxe otimismo aos investidores. Entre eles, as vendas pendentes de imóveis mostraram expansão de 3,7% nos Estados Unidos, enquanto na zona do euro o índice que mede a atividade manufatureira cravou o maior nível em 20 meses. Também influenciou o humor dos agentes a decisão do banco central do Japão de injetar 10 trilhões de ienes, ou US$ 115 bilhões, em empréstimos de curto prazo para bancos comerciais.Esses dados se somaram a números sobre retração da taxa de desemprego na Alemanha e ao crescimento da atividade manufatureira chinesa pelo nono mês consecutivo em novembro.O índice que mede a atividade do setor manufatureiro dos Estados Unidos, que caiu de 55,7 para 53,6 entre outubro e novembro, ficou abaixo das expectativas, mas a estabilidade dos gastos com construção no país em outubro surpreendeu muitos economistas que esperavam baixa no indicador.Dos 62 papéis que formam o Ibovespa, apenas dez fecharam em baixa, com destaque negativo para a ação PN da Gol, que perdeu 2,55%, a R$ 24,37.Entre as ações de maior liquidez da bolsa, a preferencial da Petrobras acompanhou a alta do petróleo e subiu 2,55%, a R$ 39,79. Por sua vez, o papel PNA da Vale teve alta de 1,25%, a R$ 42,90. A ação ON da BM & FBovespa avançou 2,2%, a R$ 12,06. No setor bancário, o papel PN do Itaú Unibanco registrou ganhos de 3,74%, a R$ 39,35, enquanto a ação PN do Bradesco subiu 1,91%, a R$ 37,20.As ações de siderúrgicas também ficaram no foco das compras, a começar pela preferencial da Gerdau, que subiu 3,5%, a R$ 28,05. A ação ON da CSN avançou 2,06%, a R$ 59,71, e, com desempenho mais tímido, o papel PNA da Usiminas marcou valorização de 0,7%, a R$ 51,56.
Fonte: Valor