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Infraestrutura atrai resseguradoras

Duas resseguradoras americanas estão chegando ao mercado brasileiro. A National Liability & Fire Insurance Company e a Travelers Casualty and Surety Company of America acabam de receber autorização do governo para operar no país.Em meio a grandes obras de infraestrutura e às perspectivas de investimentos futuros (Copa do Mundo, pré-sal, Olimpíadas), o mercado de resseguro brasileiro continua atraindo grandes empresas internacionais. A vinda de mais essas duas companhias segue o recente anúncio do grupo canadense FairFax, que chegou ao país como seguradora e trouxe sua resseguradora, a Odyssey Re, ambas para operar com grandes riscos.O mercado local de resseguro movimentou R$ 2,7 bilhões em prêmios até outubro, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep). O IRB-Brasil Re, que tinha o monopólio do setor, ainda responde por 80% dos prêmios. Os sinistros totais somaram R$ 1,9 bilhão.Mas o mercado estima que a participação das estrangeiras seja um pouco maior, na casa dos 25%. A razão é que as estatísticas da Susep só mostram os prêmios das resseguradoras locais (empresas constituídas no país). Muitas estrangeiras optaram por atuar no Brasil por meio de escritórios de representação, sem abrir empresa aqui (classificadas pela Susep como resseguradora admitida). Os prêmios que elas movimentam não estão na estatística da Susep.Desde que o mercado resseguro foi aberto no país, em 2008, a Susep já autorizou 71 resseguradoras a operar no Brasil.A Travelers é forte na área de garantias (apólices que garantem que uma obra será construída dentro do prazo previsto em contrato). A capacidade para esse tipo de risco anda limitada no mercado internacional, ainda como reflexo da crise. Mas no Brasil, o segmento é um dos que mais cresce, por conta de obras de construção civil e energia. Só este ano, os prêmios de seguro subiram mais 80%. Segundo o diretor de uma grande seguradora, a vinda da Travelers pode dar maior capacidade para as operações locais em um momento ainda complicado no mercado externo.Costas Miranthis, presidente da PartnerRe Global, resseguradora que abriu escritório no país, diz que o mercado dá sinais de maior estabilidade, depois de um período complicado por causa da crise e o efeito que provocou no setor de seguros e resseguros. “Por causa da crise, o gerenciamento de risco nas empresas nunca foi tão importante”, disse ao Valor em recente visita ao Brasil. Um bom gerenciamento pode tornar mais fácil conseguir um contrato de resseguro, diz ele.Algumas companhias brasileiras tiveram dificuldade de renovar suas apólices este ano, justamente por causa do mercado de resseguro mais fechado. Uma grande joalheria, por exemplo, após vários meses de negociação, fechou seu contrato com preço 20% mais alto que em 2008 e cobertura menor. No setor elétrico e aéreo, também houve dificuldade de renovação para algumas grandes empresas.”As resseguradoras ficaram mais ariscas. Querem conhecer tudo da empresa antes de fecharem qualquer negócio”, diz o corretor Gustavo Mello, da Correcta Seguros, uma das maiores do país no setor aéreo. Ele conta que uma grande resseguradora simplesmente parou de aceitar riscos para helicópteros e táxis aéreos.Relatório da empresa de classificação de risco Standard and Poors diz que a crise acabou reduzindo o apetite de algumas resseguradoras estrangeiras pelo país, o que explica a ainda forte participação do IRB no mercado local..

Fonte: Valor

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