Bradesco prega busca de novas oportunidades
O mercado segurador está crescendo, mas não aproveita o cenário favorável, pois a rentabilidade das seguradoras é cada vez menor, assim como a remuneração do corretor de seguros, segundo avalia o diretor-gerente Comercial da Bradesco Auto/RE, Marco Antonio Gonçalves, para quem o setor precisa urgentemente mudar o seu foco. Ele considera urgente a necessidade de se descobrir novos nichos e criar processos, produtos e serviços para acabar com a mesmice atual do mercado. Precisamos saber o que o cliente, de fato, precisa, receitou o executivo. Para Marco Antonio Gonçalves, o segmento das pequenas e médias empresas e o residencial são nichos pouco ou mal explorados pelo mercado segurador. Segundo ele, cerca de 51 milhões de casas e mais de 5 milhões de pequenos negócios não têm cobertura de seguro. Outro setor esquecido, na opinião do executivo, é o de fiança locatícia, seguro pouco comercializado em um país que tem 7 milhões de locadores de imóveis comerciais e residenciais, público hoje atendido pelas próprias imobiliárias.Diante desse quadro, ele entende que o corretor perde uma oportunidade única ao não operar com carteiras variadas, pois tem a confiança do cliente e todas as informações a respeito de suas necessidades. Apesar disso, segundo ele, o corretor se restringe, na maioria dos casos, a vender apenas seguros de automóveis. Pesquisa recente indica que 76% dos segurados confiam na indicação de coberturas e de seguradoras feitas pelo corretor. Podemos trabalhar em sinergia, contando com as informações que esse profissional possui, assinalou Marco Antonio Gonçalves, em encontro promovido, terça-feira última, pelo Clube dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro. CLASSE C. Marco Antonio Gonçalves comentou que o mercado de seguros dispõe de bons produtos e com preços baixos. Contudo, lamentou o fato de o setor não conseguir atingir a classe C. Na visão do diretor da Bradesco Auto/RE, até mesmo programas e projetos do governo podem ajudar a indústria de seguros.O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi citado como exemplo, pois não engloba só grandes empreendedores, mas também segmentos periféricos, prestadores de serviços e fornecedores que precisam da cobertura de seguros. Já o Bolsa Família, para ele, pode ser uma opção para a venda de microsseguros. O executivo mencionou ainda que 85% das apólices de seguros de automóveis estão direcionadas para as classes B e C, que são parcelas da população cujo rendimento mais aumentou nos últimos anos. No entanto, não conseguimos aproveitar essa oportunidade. E olha que nem o seguro de automóvel vem crescendo, observou, prevendo, apesar das limitações apontadas, crescimento de até 11% para a atividade de seguros este ano. Isso sem o impulso do VGBL, como até recentemente ocorria, concluiu Marco Antonio Gonçalves
Fonte: CQCS