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Na crise, vendas do D&O sobem

Com a crise, o mercado de seguros de responsabilidade civil de executivos (D&O, na sigla em inglês) tende a crescer perto de 15% este ano, para cerca de R$ 107 milhões, segundo estimativa do especialista Guilherme Mendes, diretor de Produtos Financeiros da Aon Risk Services, uma das maiores do segmento. A corretora responde por parcela de 25% da receita de prêmios captada anualmente pela carteira no País.
Guilherme Mendes sustenta que os administradores de empresas estão mais atentos ao seguro de D&O, movimento que, segundo ele, vem acontecendo nos últimos anos e os recentes escândalos americanos ajudaram a evidenciar ainda mais essa tendência. Ele explica que o seguro protege gestores de empresa contra reclamações de ordem administrativa, tributária e ambiental, entre outras, cobrindo indenizações e os custos de defesa e honorários advocatícios. Uma das vantagens do seguro é evitar que executivos ponham em risco o seu patrimônio pessoal, em decorrência de ações judiciais.
Nesse processo, devido ao aumento verificado na quantidade e na severidade das reclamações contra gestores de empresas, ele revela que os clientes do seguro têm procurado aumentar o capital segurado. Além de contratá-lo, as empresas estão preocupadas em verificar se o D&O está adequado à situação econômica atual, assinala, explicando que as contratantes do seguro são instituições financeiras, públicas e privadas, e empresas de variados segmentos econômicos.
PREÇOS. Depois de um 2008 de ajustes na tarifa, o seguro de D&O, voltou a dar sinais de vigor em janeiro deste ano, quando a receita de R$ 11,7 milhões cresceu nada menos que 54,3%, como apontam os últimos dados disponibilizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Guilherme Mendes explica que o comportamento do seguro no ano passado foi influenciado pelo movimento de corte nas taxas. Resultado: o faturamento do seguro recuou 3,5%, fechado em R$ 93 milhões. Ele calcula que os preços dos produtos caíram de 15% a 20% para empresas não-financeiras, queda que foi atribuída à experiência de sinistros do mercado brasileiro. Embora em alta, os sinistros comprometeram apenas 12% da chamada receita de prêmios ganhos em 2008. Em janeiro deste ano, chegou a 37%.
Hoje, no mercado brasileiro, que tem capacidade de absorver riscos de até US$ 25 milhões, por apólice, Guilherme Mendes diz que as empresas de capital fechado pagam pelo seguro taxas ao redor de 0,4% a 0,7% do capital segurado, dependendo da estrutura econômico-financeira e da atividade. Para as empresas de capital aberto e que negociam ADRs (American Depositary Receipts) este custo pode sofrer um acréscimo significativo, relata.
Sobre as taxas do seguro, Guilherme Mendes, diretor de Produtos Financeiros da Aon Risk Services, conta que tem observado uma prática de custos do seguro de D&O superior à do mercado brasileiro. Mas o mais importante é que aqui conseguimos oferecer coberturas não aplicadas às apólices internacionais, como uma cobertura para bloqueio de bens, por exemplo, destaca.
Aliás, o executivo menciona que o mercado brasileiro oferece coberturas que atendem plenamente as necessidades de executivos das empresas. Já no capital segurado, o limite contratado, segundo ele, é um critério de escolha do administrador, que define o nível de cobertura que o deixa confortável em relação às atividades da empresa.
A abertura do resseguro, na opinião de Guilherme Mendes, não trouxe grandes modificações ao ramo, que já trabalhava, em conjunto com o IRB Brasil Re, tendo acesso aos mercados internacionais.

Fonte: Jornal do Commercio

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