Marola, gripe e tranquilidade
Apesar de torcer para que o otimismo do presidente prevaleça e a atual crise cause o impacto de uma marolinha ou simples gripe, fica difícil não constatar fatos que contrariam a fala oficial, sendo o desemprego em alta aquele que mais nos atemoriza. Fiquei pensando…
E se, de repente, nós, simples mortais, fôssemos pegos por esta onda – ou este vírus – e, de uma hora para outra, nos víssemos fazendo parte desta terrível estatística: estaríamos preparados? Acho que um seguro pessoal contra possíveis adversidades financeiras nos deixaria dormir mais tranquilos, não é mesmo? Então, que tal substituirmos calmantes ou relaxantes por um Fundo de Emergência? Acompanhe a ideia, meu querido leitor! Na essência, tal fundo assemelhase a um seguro, pois mensalmente você pagará uma prestação – como atualmente faz para proteger seu carro – e somente deverá resgatar os recursos depositados no caso de um acidente financeiro, como aconteceria caso você se en volvesse em um acidente automobilístico.
Duas diferenças, entretanto, merecem atenção: (1) o controle sobre depósitos e retiradas é totalmente seu e não da seguradora, o que exigirá de você muita disciplina e renúncia para evitar gastar o saldo acumulado em itens não emergenciais – viagens, trocas de carro ou de guarda-roupas, por exemplo; (2) terminado o prazo de cobertura (suponha que em um ano você tenha conseguido acumular o saldo necessário à sobrevivência em uma crise), o dinheiro acumulado estará incorporado ao seu patrimônio, o que não ocorre no caso de uma apólice contra acidentes, que exige a renovação – e nova despesa – a cada ano. Vejamos a seguir algumas dicas! l VALOR: O ideal é que você tenha acumulado saldo equivalente a pelo menos seis meses (quanto mais, melhor!) de gastos. Um bom controle de seu orçamento ajudará na tarefa. Some todas as despesas necessárias à manutenção do seu atual padrão de vida em um mês, mesmo sabendo que, no caso de um acidente financeiro, instintivamente você irá reduzi-las. Por segurança, recomendo que acrescente uns 10% sobre o total, para fazer frente às despesas que você esqueceu de anotar. Multiplique o total por seis, se você julgar que seis meses são suficientes para uma emergência financeira.
l OUTRAS APLICAÇÕES: Saldos existentes em outras aplicações poderão ser considerados, reduzindo assim o valor das prestações mensais para este objetivo, desde que você segregue-os neste novo fundo.
l LIQUIDEZ: É importante que os recursos estejam em uma ou mais aplicações de fácil acesso no caso da emergência, preferencialmente fundos, poupança ou títulos em que possam ser transformados em dinheiro a curto prazo.
Imóveis, pela baixa liquidez e ações, pela volatilidade, não são recomendáveis.
l ACESSO: Apesar de líquido, ajudará se você mantiver o fundo longe da conta bancária que você utiliza em seu dia-adia.
Abri-lo em um outro banco pode ser uma alternativa para você esquecer de sua existência (do fundo, por favor!) e evitar a tentação de gastá-lo.
A idéia do fundo é muito interessante; deveria ser um de nossos primeiros objetivos financeiros…
Fonte: O Globo