Allianz amplia cobertura de risco de engenharia em apólice única
Dentro da estratégia global de apoiar as empresas do grupo com capacidade de resseguro e desenvolvimento de produtos, a Allianz Re, resseguradora da gigante alemã Allianz, foi atraída para o Brasil pela vistosa taxa de crescimento de 123,2% no segmento de riscos de engenharia da seguradora local em 2008. O desempenho, proveniente principalmente de vendas de apólices para obras de refinarias, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e plantas de etanol, despertou o interesse das duas companhias para estender o ritmo de expansão para outros ramos da cadeia de seguros.
Juntas, seguradora e resseguradora estão prontas para lançar um novo serviço, cuja principal novidade é ampliar a cobertura da construção de uma PCH, incluindo o seguro operacional na apólice, automaticamente, tão logo a obra chegue ao fim e as turbinas deem seus primeiros giros. O espanhol Jaime de Vergara, chefe da área de subscrição de riscos de engenharia da Allianz Re em Munique, esteve no Brasil neste mês para ajustar os detalhes do produto e contou à Gazeta Mercantil que já há demanda. “Trabalhamos em conjunto para desenhar a apólice de seguro para os projetos das pequenas centrais hidrelétricas, que terá total apoio de resseguro. Estamos preparados e já houve interesse por parte dos clientes da Allianz no Brasil nas apresentações que fizemos aqui.”
Em 2008, os prêmios dos seguros de riscos de engenharia da Allianz somaram R$ 79,8 milhões, posicionando a companhia na segunda colocação no ranking do segmento, com participação de mercado superior a 24%. Boa parte do desempenho veio de coberturas na área de energia, com cerca de 40 apólices emitidas. A seguradora está de olho na expan-são do setor em 2009, apesar dos efeitos da crise financeira internacional. “Até agora dá para dizer que no mercado brasileiro os investimentos privados em infraestrutura estão mantidos. No futuro pode haver alguma interrupção, mas em geral eles devem continuar porque é uma prioridade e uma necessidade para o País”, destacou Vergara.
De acordo, com dados de fevereiro da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há 82 solicitações de construções de PCHs em todo o País, das quais 38 já estão em fase de análise ou aprovadas, 24 aguardam vistas e 20 estão emperradas por conta de problemas de licença ambiental.
O superintendente de riscos de engenharia da Allianz, José Carlos Sanches, explica que o novo produto proposto pela seguradora só valerá para os novos projetos. “Não vale para as apólices em vigência porque cobrem apenas o processo da obra, do início ao fim, sem considerar as operações. E muitas vezes o segurado demora para obter o aval do investidor para fazer o seguro dos riscos operacionais e já coloca a turbina para funcionar logo no final da construção. A novidade é apresentar uma taxa para o projeto inteiro, que é uma apólice que evita qualquer ?Rgap?R de cobertura.”
Sanches acrescenta que a seguradora pretende utilizar a mesma estratégia para seguros de risco de engenharia e operacionais para projetos de parques eólicos e produtoras de etanol.
O espanhol Jaime de Vergara, que já esteve 12 vezes no Brasil e participou da contratação de resseguro para a construção da usina nuclear Angra 2, na década de 1980, disse que a unidade brasileira da Allianz representa 20% dos prêmios facultativos da carteira de riscos de engenharia da Allianz Re. “Esperamos que essa proporção cresça em 2009.”
Fonte: Gazeta Mercantil