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Os desconfortos eventuais da riqueza

Ao longo dos últimos anos, o brasileiro ficou mais rico. Todas as classes sociais passaram por um upgrade importante, sendo que as menos favorecidas foram as que mais se beneficiaram, com o ingresso de alguns milhões de pessoas, saídas das classes C e D, na chamada classe média.
O resultado desta evolução acelerada pode ser visto nos números da economia nacional. Nunca se vendeu tantos veículos zero quilômetro, se construiu tantos apartamentos e tantos brasileiros viajaram para tantos lugares diferentes, no País e no exterior.
A concessão de crédito e as vendas a prazo cresceram exponencialmente, possibilitando o endividamento de longo prazo para pessoas que jamais haviam tido possibilidade de comprar por meio do crediário, nem mesmo produtos de baixo valor, como os eletrodomésticos mais simples.
O resultado pode ser visto nos aeroportos lotados, nas estradas congestionadas, nas altíssimas taxas de ocupação da rede hoteleira, nas vendas recordes do comércio em geral e na abertura ininterrupta de novos bares e restaurantes pelo país inteiro.
Estas mudanças não passaram despercebidas das grandes corporações internacionais. As multinacionais aqui instaladas aproveitaram a maré para apresentar lucros inimagináveis poucos anos atrás, além de aumentarem suas capacidades instaladas. E quem não está diretamente no País pôde acompanhar a mudança pelo aumento do fluxo de turistas brasileiros para os mais variados cantos do mundo.
Com o novo cenário, entramos no mapa das operadoras de produtos de turismo e entretenimento, não apenas atraindo diretamente turistas estrangeiros, mas também recebendo os grandes navios de passageiros do mundo, para roteiros pensados para brasileiros, navegando ao longo da costa da América Latina, com ênfase nas águas nacionais.
Convenientemente para as operadoras destas embarcações, os meses de inverno no Hemisfério Norte coincidem com os meses de verão no Hemisfério Sul, dando-lhes a oportunidade de usarem seus equipamentos o ano todo, maximizando o faturamento e o lucro.
É assim que, de um tempo para cá, verão após verão, mais e mais navios de passageiros demandam as costas brasileiras, oferecendo cruzeiros de todos os tipos e preços. Se no princípio o resultado das viagens era um conto de fadas para grande parte dos usuários, este ano uma série de imprevistos veio mudar o quadro, retirando um pouco do glamour dos cruzeiros marítimos, abalados pela morte de alguns passageiros e por intoxicações alimentares, até culminar com a quebra de um navio com mais de 1.500 pessoas em águas uruguaias.
Se para nós estes fatos são novidade, para os europeus e outros usuários de navios de recreio são simples rotina. Nada que não se repita todos os anos, nos cruzeiros realizados durante as férias de verão do Hemisfério Norte.

Fonte: Gazeta Mercantil

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