Mercado de SegurosNotícias

Copom só corta 1,5 ponto e frustra setor produtivo

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu a taxa básica de juros (Selic) em apenas 1,5 ponto porcentual, para 11,25% ao ano, apesar da forte queda de 3,6% do Produto Interno Bruto no quarto trimestre de 2008 e de os índices de preços estarem registrando deflação. A decisão do comitê foi por unanimidade, sem viés.O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto (foto), disse que o corte de 1,5 ponto frustra a sociedade, os agentes produtivos e a indústria brasileira. “Esse movimento de aceleração no corte dos juros, ainda que na direção correta, não tem a intensidade necessária ao momento”, afirmou.”Se não bastasse a queda do PIB, de 3,6% no último trimestre de 2008, um dos piores resultados do mundo, manter alta a taxa de juros vai contribuir para que o Brasil tenha crescimento negativo em 2009″, disse Paulo Skaf, presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp). Skaf pediu novos cortes de juros no curto prazo e defendeu a realização de reuniões quinzenais do Copom.A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) aprovou o corte de 1,5 ponto, mas pediu reduções mais elevadas da taxa de juros. “A intensificação dos impactos da crise internacional sobre a economia brasileira, somada à trajetória confortável dos índices de inflação, justifica o corte mais acentuado da taxa Selic”, diz a nota da Firjan. A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), lamentou a decisão do Copom. “A Selic tinha que ter caído 2 pontos percentuais. O único instrumento que o governo tem para reaquecer a economia é a política monetária, porque a política fiscal se esgotou”, afirmou.A Central Única dos Trabalhadores (CUT) disse que o Copom deveria ter optado por um corte maior do que o anunciado. “O Brasil ainda tem chances de registrar crescimento em 2009 e devemos ser ousados para não perder a oportunidade”, afirmou o presidente da central, Artur Henrique.A redução de ontem foi a primeira de 1,5 ponto desde 19 de novembro de 2003, quando a Selic caiu de 19% para 17,5% ao ano. Com a redução, a taxa básica retoma o piso histórico de 11,25% que vigorou do período de 5 de setembro de 2007 a 16 de abril de 2008.

Fonte: Jornal do Commercio

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?