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Para sobreviver à concorrência, centros médicos ampliam estrutura

A coordenadora de projetos da FGV Projetos, Ana Maria Malik, afirma que a verticalização dos planos de saúde está contribuindo para a redução da ocupação nos hospitais menos eficientes. “A taxa média de ocupação considerada ideal para um hospital é de 85%”, conta Ana Maria Malik.
“Hospitais menos eficientes estão sendo mais afetados”, afirma. “A verticalização é um problema que afeta hospitais que não pertencem a operadoras de saúde, mas conosco isto não aconteceu”, conta Ruy Bevilacqua, diretor-médico corporativo da rede São Luiz.
A rede segue firme no quesito ocupação. Na unidade Anália Franco o total de leitos ocupados na sexta-feira era de 85,56%. Atualmente o hospital conta com 281 leitos, porém apenas 180 estão ativos. Deste total, 154 encontram-se ocupados. O hospital estará com todos os leitos em funcionamento até o final deste ano.
“Estamos fazendo uma expansão escalonada. Nosso plano de negócio previa chegar a 281 leitos em três anos, mas resolvemos adiantar este prazo”, conta Bevilacqua, referindo-se à unidade Anália Franco, que completará um ano de funcionamento em março.
A unidade Itaim do São Luiz, tinha na quinta-feira da semana passada 88,49% de seus 304 leitos ocupados. Já dos 176 leitos da unidade Morumbi 92,6% dos leitos estavam operando.
Outro grupo que vem crescendo progressivamente e sem medo da concorrência com o planos de saúde é o INAL, holding controladora dos hospitais CEMA e Villa-Lobos, localizada na Mooca, zona Leste de São Paulo. A empresa vem investindo na profissionalização dos negócios e recentemente criou um conselho consultivo, formado por três conselheiros independentes, três acionistas controladores e o diretor-executivo, Luiz Carlos Lazarini.
Segundo Lazarini, tanto o fato de as operadoras de saúde construírem hospitais, quanto os centros médicos abrirem seus próprios planos de saúde são estratégias que devem ser avaliadas com cuidado. “Quando o consumidor, seja pessoa física seja corporativo, compra um plano ou seguro saúde, ele compara uma rede de atendimento de qualidade, acessibilidade, por um determinado preço. Na medida em que a operadora começa a restringir a rede, limitando ou direcionando o uso nos seus hospitais próprios, o consumidor percebe e passa a rever seus conceitos sobre a marca”. Para ele, a longo prazo, essa estratégia afeta o posicionamento da marca em todo o mercado. “A grande dúvida é se o preço menor que inevitavelmente acaba ocorrendo será compensado por uma eventual redução da sinistralidade (custo médico) devido à rede própria. Muitas vezes a redução do preço é proporcionalmente maior do que aquela conseguida nos custos de atendimento”, ressalta.
A holding atingiu no ano passado receita de R$ 120 milhões, e prevê chegar a R$ 160 milhões neste ano. A estratégia é consolidar a operação do hospital Villa-Lobos, inaugurado em novembro de 2007. Em 2008, apenas 30% da capacidade instalada do hospital foi utilizada e a meta é chegar a 50% neste ano. “Com 40% de ocupação o hospital já paga seus custos fixos”, explica. Mas a total capacidade só deve ser utilizada dentro de três anos, quando o grupo já pensa em expansão e mesmo na abertura de uma nova unidade em São Paulo. Por enquanto, os planos são crescer com unidades ambulatoriais, ao menos 10 em São Paulo, nos próximos dois anos. “E depois crescer para outros estados”, afirma.
Fica para 2010 o plano de contratar uma auditoria independente e dar continuidade aos planos de profissionalização. Quanto a abrir capital, Lazarini é enfático: “Isso não pode ser uma decisão isolada, não adianta ter dinheiro em caixa e não saber o que fazer com ele.”

Fonte: Gazeta Mercantil

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