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A crise financeira, que se espalhou mundo afora, chegou às contas da Prefeitura do Rio.

A crise financeira, que começou nos EUA e se espalhou mundo afora, chegou às contas da Prefeitura do Rio. O Orçamento da cidade para este ano sofrerá um ajuste de R$ 630 milhões. Secretária municipal de Fazenda, Eduarda La Rocque usou um modelo de gestão de riscos para adequar a lei orçamentária ao cenário de desaceleração econômica de 2009. A previsão de receitas foi reduzida em R$ 330 milhões. O corte equivale a 2,7% da arrecadação de R$ 12 bilhões estimada pela equipe de Cesar Maia em julho passado, quando o projeto de lei foi elaborado.
O lado da despesa, por sua vez, sofreu acréscimo de R$ 300 milhões. A nova secretária recebeu “Negócios& Cia” ontem à tarde. A seguir, os principais trechos da entrevista:
O GLOBO: Por que o Orçamento foi revisto?
ELR: Aplicamos no Orçamento o conceito de marcação a mercado. É uma prática do setor financeiro que eu introduzi em empresas não financeiras e, agora, no setor público.
O projeto de Lei Orçamentária da Prefeitura foi enviado à Câmara Municipal em setembro, com base num cenário elaborado em julho. Hoje, a conjuntura que temos é muito pior. Não fazia sentido continuar trabalhando com aquele cenário. Fizemos a marcação a mercado para definir qual será a execução orçamentária, ou seja, quanto vamos liberar.
l Significa que a Lei superestimava as receitas?
ELR: Exatamente.
Rodamos um novo Orçamento para estimar as receitas diante do novo cenário para PIB, inflação, juros, petróleo. Usamos a média de mercado do BC. Os grandes números indicam o valor estimado das receitas será R$ 330 milhões menor.
Em vez de R$ 12,097 bilhões, teremos R$ 11,767 bi.
A redução equivale a quê?
ELR: É uma quantia equivalente à folha de pagamento de um mês de toda a Prefeitura. Ou a quase metade do orçamento total de investimentos deste ano
l A previsão de despesas mudou?
ELR: As variáveis financeiras e macroeconômicas foram consideradas nas receitas. Mas há outros riscos operacionais, riscos jurídicos. Estimamos um potencial aumento de despesas obrigatórias de R$ 300 milhões.
Ou seja, chegamos a R$ 630 milhões de necessidade de cortes.
l Como isso será feito?
ELR: Há decreto de execução orçamentária bloqueando 100% dos investimentos e 20% do custeio, que inclui todas as despesas menos pessoal e serviço da dívida. O prefeito Eduardo Paes está fazendo análise detalhada dos planos de investimentos para repriorizá-los.
De quanto é contingenciamento? ELR: Ao todo, R$ 1,4 bilhão. São R$ 700 milhões de investimentos e o mesmo em custeio. O quadro é grave, muito grave, e exige muita prudência. Mas as medidas que adotamos serão suficientes para administrarmos a situação.
Não vejo nenhuma bomba de curto prazo.
Onde serão os cortes?
ELR: A idéia é soltar a parte dos investimentos aos poucos. A parte de custeio, não vai ser possível soltar. Terá que haver uma poupança de cada Secretaria. Será um corte muito duro, muito difícil, mas necessário. E acreditamos que há muito espaço para aumentar eficiência.
É claro que não dá para cortar 20% de todos os contratos, mas é possível remanejar e gerar mais eficiência nos gastos.

Fonte: O Globo

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