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Mercado esfria,mas não para

Ano novo, vida nova. Com esta idéia na cabeça, Fabiana Campos não pensou duas vezes quando o convite da Fator Seguradora, unidade de seguros do Banco Fator, bateu à sua porta. A contratação de Fabiana é um exemplo de que a crise financeira internacional, embora tenha afetado alguns setores, pouco alterou a tradicional movimentação de executivos na virada de ano no Brasil. Especialistas em recrutamento, no entanto, reconhecem que o ritmo de mudanças nas empresas está abaixo dos anos anteriores, o que exige um pouco mais de cautela e calma, além de boa leitura do mercado, por parte dos profissionais que querem mudar de emprego.
Geralmente relacionado ao pagamento de bônus e participações nos lucros em dezembro, o movimento de executivos na virada do ano no mercado brasileiro se deparou desta vez com o agravamento da crise financeira global. A austeridade aumentou em outubro, quando as turbulências econômicas se intensificaram no Brasil, resultando em readequação na estrutura de cargos e salários em muitas companhias.
Ainda assim, segundo Ricardo Bevilacqua, diretor-geral da Robert Half, consultoria especializada na contratação de executivos, muitas vagas foram abertas e o ritmo de contratações, mesmo abaixo do observado em anos anteriores, continuou em um bom patamar. O mercado continua aquecido, mas, claro, abaixo do que vimos nos últimos anos. Quem acha que não há oportunidades está perdido. As empresas estão fazendo mudanças, pois muitas delas estão perdendo dinheiro com a crise financeira internacional. Estão sendo realizadas e ainda vão acontecer muitos troca-trocas nas companhias, acredita.
Bevilacqua também recomenda calma e cautela aos profissionais que desejam aproveitar o início do ano para trocar de emprego. A maior parte das vagas disponíveis está ligada a substituições. É bom lembrar também que a fartura acabou e muitas companhias estão revendo seus planejamentos e orçamentos. Por isso, os executivos devem ter um pouco de calma e uma boa leitura do mercado, percebendo a solidez das empresas, avalia.
Tradições. Segundo Silvia Sigaud, sócia-diretora da Korn/Ferry Brasil, as tradições do mercado brasileiro devem permanecer inalteradas independetemente da crise. O movimento de executivos no final do ano sempre esteve relacionado aos bônus, mas, por conta da crise financeira internacional, eles perderam um pouco de importância, até porque muitas empresas apresentaram lucros mais baixos do que nos anos anteriores. As contratações estão acontecendo porque as circunstâncias atuais do mercado estão exigindo mudanças, afirma.
Para Elizabeth Maia, diretora da filial carioca da empresa especializada em recrutamento Right Management, quem esteve atento ao mercado conseguiu encontrar boas oportunidades. Emprego é oportunidade. Quando o executivo está procurando pode não achar. Quando não está, ele pode aparecer. Então, a dica é estar sempre antenado ao que acontece no mercado. O profissional não pode deixar de ouvir propostas ou participar de seleções. Se a empresa e a vaga encantarem, deve fazer a mudança.
Foi o que aconteceu com a carioca Fabiana Campos. Há três anos trabalhando numa seguradora em São Paulo, sentia que o ciclo na empresa estava se encerrando e aceitou a proposta da Fator Seguradora. Estava em busca de novos desafios, mas, ao mesmo tempo, não me movimentava muito. A oportunidade apareceu quando uma recrutadora me procurou oferecendo a vaga, que se encaixava com o que pretendo para a minha carreira atualmente. Fui bem na seleção e estou aqui há uma semana. Vou comandar a criação do departamento de seguros financeiros, que deverá entrar em operação em março, revela.
Embora reconheça que o mercado brasileiro tem suas tradições, Fabiana acha que o profissional deve conduzir seu planejamento profissional sem se prender a elas. O movimento é maior no final de ano, mas quem faz o momento é o profissional. Procuro seguir meu plano de carreira a partir das minhas necessidades e desafios. No meu caso, a mudança ainda seria interessante se acontecesse daqui a três meses. Creio que, no fim das contas, o contato da recrutadora acelerou o processo de mudança, afirma.

Fonte: Jornal do Commercio

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