Bolsa ignora recessão na Europa e sobe 4,71%
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou a sessão desta quinta-feira em alta de 4,71%, a 35.993,33 pontos, após oscilar entre altas e baixas durante a tarde. No mês, a Bolsa acumula perda de 3,39%, enquanto no ano o prejuízo chega a 43,66%.
A cotação do dólar comercial saltou 3,8% e acumula alta de quase 10% em quatro dias.
O mercado de ações brasileiro fechou alheio às notícias internacionais. Na Europa, as três maiores economias da região -Alemanha, Reino Unido e França- deram sinais ou mesmo confirmações de recessão.
A Alemanha, maior economia da zona do euro, anunciou que seu PIB (Produto Interno Bruto) encolheu pelo segundo trimestre seguido, o que configura recessão, na visão de muitos economistas.
A terceira maior economia da Europa, a França, registrou uma deflação de 0,1% em outubro, o que indica enfraquecimento do consumo.
Na quarta-feira, o banco central do Reino Unido, segundo maior PIB da Europa, disse que o país já está em recessão.
Em relatório divulgado nesta quinta-feira, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) prevê uma recessão de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e da Eurozona, passando pelo Japão, em 2009, devido à continuidade da crise financeira até o fim do próximo ano.
Nos EUA, o déficit comercial melhorou, ficando em US$ 56,5 bilhões em setembro, abaixo dos US$ 59,1 bilhões registrados um mês antes.
Mas o número de trabalhadores norte-americanos que deram entrada em novos pedidos de auxílio-desemprego subiu na última semana para 516 mil, o nível mais alto desde as semanas seguintes aos ataques de 11 de setembro de 2001.
O banco Morgan Stanley, que já foi a segunda maior instituição de investimento de Wall Street, anunciou na quarta-feira que pretende demitir mais funcionários. Desde 2007, a financeira já fechou 4.800 postos de trabalho.
O grupo financeiro Mizuho, do Japão, divulgou que planeja levantar capital, enquanto o Commonwealth Bank of Australia advertiu que espera um grande aumento nos empréstimos de difícil recuperação.
Na China, a produção industrial expandiu-se no menor ritmo em sete anos, mas a Bolsa de Xangai encerrou em alta de 3,85%. O país anunciou aporte de US$ 20 bilhões para estimular a demanda interna e se defender da turbulência mundial.
No Brasil, o Banco Central anunciou nesta quinta-feira uma nova medida que pode garantir aos bancos cerca de R$ 40 bilhões, em mais um passo da autoridade monetária para recuperar o mercado de crédito brasileiro.
A partir de 1º de dezembro, o recolhimento compulsório adicional exigido dos bancos sobre depósitos a prazo, à vista e de poupança passará a ser em títulos públicos e não mais em dinheiro.
O Banco do Brasil teve uma alta de 37% no lucro líquido do terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 1,867 bilhão, impulsionado por salto na carteira de crédito.
No terceiro trimestre de 2007, a instituição financeira teve um lucro de R$ 1,364 bilhão.
Mercados
Na Europa, as principais Bolsas encerraram em leve alta, com exceção da londrina, impulsionadas por fatores locais, apesar da confirmação de recessão na Alemanha e sinais de contração em outras regiões próximas. Em Londres, o índice recuou 0,31% e em Madri, 1,08%.
As Bolsas de Valores da Ásia e da Oceania fecharam em forte queda, com Tóquio perdendo mais de 5%.
Fonte: UOL Economia