Regulação do microsseguro será entregue ao governo até dezembro
Depois da definição do que é microsseguro, a Superintendência de Seguros Privados, (Susep) terá até o dia 31 de dezembro de 2008 para entregar ao governo a regulação desse novo produto. Durante esse período, o desafio das seguradoras e entidades do mercado é desenvolver pesquisas para atender a população de baixa renda, classe que será atingida pelo microsseguro. O primeiro passo a ser discutido pelo setor é o custo da regulação e da tributação para esse segmento. Segundo o superintendente da Susep, Armando Vergílio dos Santos Júnior, esses custos devem ser insignificantes devido ao baixo valor desses produtos.
Para o presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), Antonio Cássio dos Santos, um modelo de tributação mais atrativo pode aproximar investidores do microsseguro. “Os operadores têm interesse de entrar no negócio, que tem um viés muito grande de inserção social”. Segundo ele, a Susep também pode negociar com o governo modelos de subsídios para alavancar o segmento. Na Colômbia, por exemplo, quando a baixa renda não pode mais pagar o seguro saúde, o governo compra o restante das apólices. Na Índia, o governo estimula a cultura do seguro, comprando 250 mil apólices para distribuir a comunidade carente.
Outro ponto a ser definido é a gama de produtos que fará parte do microsseguro. Para Santos, a idéia é oferecer o seguro funeral, odontológico, residencial, de propriedade rural, de proteção financeira e de acidentes pessoais (em ônibus e motos). “Até o final do ano vamos propor a criação de seguros para carros acima de dez anos de uso”, afirma Santos. Segundo o presidente de microsseguros da Zurich, Brandon Matheus, é preciso ir a campo e conversar com a classe de baixa renda brasileira para conhecer suas reais necessidades.
O setor de seguros brasileiro também discute a forma de inserção do microsseguro nas classes emergentes. “Os canais de distribuição também são essenciais para alcançar essas pessoas e inseri-las no mercado de seguros”, diz Matheus. Para ele, os corretores especializados devem começar por igrejas, pequenas associações escolares e sindicatos. Para o presidente da Fenaprevi, alguns modelos de seguros no Brasil que são vendidos por celular podem ser repassados para o microsseguro.
Fonte: DCI OnLine