Susep quer papel de agência de fomento
Perto de completar um ano à frente da Susep, semana que vem, os planos do titular do órgão, Armando Vergilio dos Santos Júnior, é transformá-lo em uma agência de fomento e desenvolvimentista do mercado segurador brasileiro, além de cumprir a função fiscalizadora.
É sob esta perspectiva que ele prevê a participação da atividade de seguros, previdência complementar aberta e capitalização pulando para 6% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos. Neste contexto, no qual a mudança de postura da Susep ocorrerá paulatinamente, segundo ele, é preciso consolidar a legislação do setor, aproximando-a da realidade internacional.
É importante termos um novo marco regulatório, corrigindo normas antigas e ultrapassadas, defendeu. O sistema de seguros ainda hoje é regido por um decreto-lei (nº 73) criado há 42 anos, em 1966, no começo do regime militar. No campo da supervisão e do relacionamento com o consumidor, Armando Vergilio afirmou que o mercado está funcionando muito bem. Na visão dele, as ouvidorias, já existentes em mais de 90% das empresas supervisionadas, contribuíram decisivamente para a redução das pendências judiciais e das reclamações dos segurados. Além disso, sustentou que esse cenário está sendo consolidado com a adoção do modelo de supervisão contínua, no qual o fiscal acompanha a mesma empresa por um determinado período.
A idéia é antecipar soluções e evitar a intervenção na empresa. Temos falta de material humano. Mas, até o final do próximo ano, vamos implantar esse sistema em todo o mercado, prometeu Armando Vergilio. CRESCIMENTO. Seguindo a linha de desenvolvimento da indústria de seguros, o superintendente da Susep disse acreditar que o faturamento global do mercado segurador ficará acima de R$ 90 bilhões este ano. Esta conta não inclui o seguro-saúde. Somando os valores apurados nesse segmento, a receita obtida com a comercialização de seguros, planos de previdência complementar aberta e títulos de capitalização pode ultrapassar a marca de R$ 100 bilhões, estimou Armando Vergilio. No ano passado, o mercado faturou cerca de R$ 75 bilhões, sem contar o ramo saúde. Ele afirmou que 2008 está sendo um ano muito rico para o mercado, principalmente pelo avanço na estratégia de consolidação das leis que regulam o setor, com destaque para o novo modelo de resseguro, em vigor desde abril. Para 2009, ele prevê um cenário ainda melhor.
Armando Vergilio disse que há um conjunto de fatores positivos e revelou que alguns ramos devem apresentar crescimento bastante expressivo. Citou o ramo de garantia e de crédito como uma das carteiras mais promissoras, principalmente pela necessidade de coberturas para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A abertura do resseguro também trouxe boas surpresas. Até o final do ano, teremos até 40 resseguradoras atuando no País, o que comprova o grande interesse que o nosso mercado desperta no exterior, destacou Armando Vergilio, que na próxima semana completará um ano no comando da autarquia.
Fonte: Escola Nacional de Seguros