Seguradoras prometem divulgar melhora no lucro do semestre
A safra de balanços financeiros das seguradoras brasileiras no primeiro semestre deste ano será melhor do que o mesmo período do ano passado. Também serão resultados mais positivos do que os apresentados mundialmente pela indústria de seguros. Boa parte das seguradoras listadas em bolsas dos Estados Unidos e países da Europa apresenta lucro menor em razão de perdas com investimentos e de valor de mercado em razão da volatilidade dos mercados acionários, bem como pelas catástrofes naturais ocorridas neste ano.
No Brasil, apenas duas seguradoras estão na bolsa: Porto Seguro, com queda de 40% no lucro até maio, e SulAmérica, com alta de 115%. As seguradoras têm até o dia 31 de agosto para publicarem seus balanços auditados. Na próxima segunda-feira a Bradesco divulgará seus resultados juntamente com o banco. O grupo representa um terço do lucro total do setor de R$ 3 bilhões até maio deste ano. Na terça-feira será a Itaú, que acumula queda no lucro até maio, mas deverá encerrar o ano com alta por já estar colhendo os frutos da reestruturação feita no último ano.
Segundo o consultor Francisco Galiza, o lucro total projetado de 2008 deve chegar ao patamar de R$ 5 bilhões, pouco acima dos R$ 4,7 bilhões em 2007 e R$ 4,2 bilhões em 2006, considerando-se todos os ramos, com exceção de seguro saúde. “Acredito num resultado próximo ao do ano passado, que foi muito bom, pois as mudanças ocorridas, como regras de solvência, abertura do resseguros e algumas alterações acionárias como a compra da Indiana pela Liberty, Minas Brasil pela Zurich e participação acionária da Aliança da Bahia pelo BB Investimentos deverão surtir efeitos só a partir do próximo ano”, diz Flávio Faggion, consultor da Consultoria Siscorp.
Claudio Contador, diretor de pesquisa e desenvolvimento de pesquisas da Funenseg, explica que as seguradoras brasileiras não registraram perdas com catástrofes ou grandes acidentes. Além disso, os investimentos estão concentrados em títulos do governo, que pagam as taxas mais altas do mundo. Para ele, ainda é cedo para saber como será o segundo semestre. A política monetária passou por mudanças e as taxas de juros voltaram a subir. Isso permitirá que as seguradoras compensem perdas operacionais com ganhos financeiros. No resto do mundo a situação está mais complicada. “Como a carteira de investimento das seguradoras internacionais têm forte composição de ativos de renda variável, os resultados sofrem mais com a volatilidade do primeiro semestre.
No entanto, quem já começa a trabalhar o orçamento de 2009 faz previsões menos otimistas. Isso porque o efeito da alta da inflação e desaceleração do crescimento do País deverão surtir efeitos apenas no próximo ano, como a queda nas vendas em razão da redução do consumo e aumento da criminalidade, fato que sempre ocorre quando o País entra em um ciclo de baixa.
Fonte: Gazeta Mercantil