Cresce a adoção do seguro fiança
Segundo a Aabic, 7% dos contratos de locação eram garantidos pela modalidade; hoje, fatia subiu para 30%
A opção pelo seguro fiança como forma de garantia nos contratos de locação tem crescido de forma significativa. Segundo a Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios (Aabic), apenas este ano o aumento foi da ordem de 300%. Se a fatia abocanhada por esta modalidade de garantia nos contratos de locação era de cerca de 7% ou 8%, hoje fica em torno de 30%.
Cerca de 55% dos contratos ainda são feitos com o fiador tradicional – quando o locatário pede a um conhecido ou parente para que se comprometa a pagar o valor do aluguel e encargos, em caso de inadimplência. E o fiador oferece um imóvel em seu nome como garantia. A preferência se explica pelo fato de ser a opção mais econômica para o locatário. Outros 15% dos contratos são firmados com garantia feita por caução – depósito de três meses, segundo a Aabic.
Para o locador, o seguro fiança é mais confiável, porque em caso de inadimplência, ele recebe o valor do aluguel e tem os encargos relativos ao imóvel pagos integralmente num prazo curto. Para o locatário, há o inconveniente do pagamento da taxa uma vez por ano.
Quando a garantia é feita por fiador tradicional, o locador corre mais risco em caso de inadimplência, já que a cobrança da dívida ao fiador é feita somente após a ação de despejo do inquilino. Fiador é sempre um problema para o locador. Porque ele pode desaparecer ou vender o imóvel, que é a garantia à locação, diz o presidente da Aabic, José Roberto Graiche. Para o locatário, no entanto, há a vantagem de não precisar pagar pela garantia.
Um dos motivos para o aumento do número de contratos com seguro fiança no mercado de locação é a flexibilização das condições de aprovação dos contratantes, pelas companhias seguradoras. O preço também caiu ao longo do tempo. Antes chegava a uma vez e meia o valor do aluguel. Hoje, fica em torno de 120%. Isso fez com que o produto ficasse mais acessível e também mais conhecido, a ponto de muitos proprietários atualmente só aceitarem alugar com este tipo de garantia.
Na carteira da administradora Adbens, a proporção entre contratos firmados com fiador e seguro fiança foi invertida. No início de 2007, 79% dos contratos eram garantidos por fiadores tradicionais, ante 10% de seguro. Em maio deste ano, 37% foram feitos por fiadores e 63% por seguro.
Isso ocorreu por um esforço da própria administradora, segundo a diretora Ana Paula Pellegrino: Foi uma estratégia de negócios da nossa empresa. A gente apostou no seguro, passou a incentivar porque houve um abrandamento da exigência das seguradoras na aprovação do cadastro e é mais seguro para o proprietário.
Fonte: O Estado de São Paulo