Mercado de SegurosNotícias

Cenário Brasil: Alta dos juros não deve prejudicar investimentos, prevê Ipea

As perspectivas para a evolução do investimento no decorrer do ano continuam positivas, apesar do aperto monetário iniciado em abril pelo Banco Central, com o aumento da taxa de juros. A previsão é do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
Segundo o instituto, os planos de investimento já estão em andamento, portanto serão pouco afetados pela Selic mais elevada. “Além disso, o patamar atual da taxa de câmbio estimula e facilita as importações de bens de capital, aumentando a capacidade produtiva da economia”, destaca o Ipea em sua carta de conjuntura, divulgada nesta quinta-feira (26).
O documento aponta que a economia brasileira cresceu 5,8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. O investimento, no entanto, cresceu 15,2% na mesma base. “Há uma característica especial e de alta qualidade do crescimento nesse ciclo: o investimento cresce há 12 trimestres a uma taxa que é, em média, 2,4 vezes superior à taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)”, diz o texto.
A entidade também prevê a expansão do setor da construção civil, auxiliada pela melhora continuada das condições de emprego e renda, junto com a expansão do crédito imobiliário.
Preços dos alimentos e inflação:
O instituto classifica como ´delicado´ o cenário de inflação para o restante do ano, “uma vez que não há, aparentemente, grandes fatores de alívio inflacionário em um horizonte de curtíssimo prazo”. A alta dos juros – que deve ter continuidade, segundo aponto o BC – deve surtir efeito apenas na margem sobre a inflação este ano. Um resultado maior deve ser visto apenas a partir de 2009, quando provocará uma desaceleração no ritmo de crescimento.
O Ipea destaca que ainda é grande a expectativa de alta nos preços dos alimentos para o ano de 2008. Parte dessa expectativa pode ser explicada, de acordo com o documento, pela utilização de produtos agrícolas como matérias-primas para a produção de biocombustíveis, e parte, pela impossibilidade, no curtíssimo prazo, de incrementar a sua oferta no mesmo patamar que a demanda.
O feijão preto continua sendo o maior destaque da cesta, com 207% de variação no acumulado no ano. Já para a carne a perspectiva é de permanência do patamar de preços.
O destaque positivo fica por conta do desempenho dos preços administrados que, mesmo se acelerando em relação a 2007, devem manter-se abaixo dos preços livres. Uma parte desse comportamento dos preços administrados deve-se ao efeito da política fiscal que, ao reduzir a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), segurou na ponta o reajuste dos preços da gasolina.
Emprego:
O destaque no mercado de trabalho brasileiro fica por conta do expressivo crescimento dos trabalhadores com carteira assinada. Nos primeiros quatro meses deste ano, esse segmento registra alta de 8,2% quando comparado ao mesmo período de 2007. Com esse resultado, em abril, 49% das pessoas ocupadas no país tinham registro na carteira de trabalho.
As perspectivas para o restante do ano “continuam bem favoráveis”, segundo o instituto, tendo em vista que a manutenção do crescimento da economia deve continuar impulsionando a contratação de novos profissionais. “A expectativa da trajetória de crescimento sustentável da economia para os próximos anos deve permitir não apenas manter a taxa de desocupação em patamares menores, como também pode possibilitar o surgimento de um novo contingente de trabalhadores com maior nível de especialização para atender às novas necessidades do mercado e, por conseguinte, com maior nível salarial”, diz o texto.
Previsões:
O Ipea manteve as projeções feitas em março para a economia brasileira. Na ocasião, o instituto apontou que o PIB deveria encerrar o ano com crescimento entre 4,2% e 5,2%, abaixo dos 5,4% registrados no ano passado.
A inflação, medida pelo IPCA, foi estimada entre 4% e 5%, dentro da margem da meta estipulada pelo governo. O superávit da balança comercial deve cair dos US$ 40 bilhões do ano passado para um valor entre US$ 23,8 bilhões e US$ 27,3 bilhões este ano, com exportações entre US$ 171 bilhões e US$ 176,1 bilhões e importações entre US$ 145,6 bilhões e US$ 150,3 bilhões.

Fonte: O Globo

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?