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SP disputa pólo com Rio

É muito importante para o Brasil ter um centro internacional de resseguros, independentemente do local onde estará instalado – a opinião é do coordenador de Análise Estratégica do IRB Brasil Re, Pedro Arthur Sant´anna. Para ele, a disputa entre o Rio de Janeiro e São Paulo pelo direito de sediar o centro pode inviabilizar o projeto e tirar do Brasil a oportunidade de ser a base das operações de resseguros na América Latina. O mais importante é que haja união em prol do interesse maior, que é o do País, afirmou o especialista.
Particularmente, Pedro Sant´anna acredita que uma alternativa seria a instalação de um pólo com duas sedes, uma administrativa e outra operacional, para atender aos pleitos de cariocas e paulistanos. Ele comentou, contudo, que o ideal seria a criação do centro de resseguros em uma região mais pobre do Brasil. O centro criado em Dublin, na Irlanda, foi viabilizado com o apoio da Comunidade Européia, que adota uma política de descentralização econômica, reduzindo os movimentos migratórios no continente. Essa estratégia é adotada em vários setores, como a indústria automobilística. No caso do resseguro, o centro de Dublin já é um sucesso, disse o técnico.
Pedro Sant´anna, que ministrou palestra nesta quinta-feira para jornalistas, acrescentou que há o risco de o País perder espaço para outras nações da América Latina, caso o projeto brasileiro do pólo seja engavetado. Nesse sentido, ele lembrou que Porto Rico, por exemplo, já estuda a instalação de um centro de resseguros, que certamente contará com o apoio dos Estados Unidos.
O seguro e o resseguro, na avaliação dele, são, historicamente, apontados como fatores indutores de processos de crescimento econômico. Nesse contexto, observou, a instalação do centro traria inúmeras vantagens para todo o País.
RANKING. Em sua palestra, mencionou que o seguro gera, em todo o mundo, receita de prêmios próxima de US$ 3,7 trilhões, o que representa algo em torno de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Os principais mercados, pela ordem, são os Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França e Alemanha. No último levantamento feito por publicações especializadas, referente a 2005, o Brasil ocupava a 19ª colocação nesse ranking. Contudo, com o crescimento do mercado interno em 2006 e este ano, entre outros fatores, como a desvalorização do dólar frente ao real, Pedro Sant´anna estima que o País tenha ganho algumas posições.
Ele citou dados do IRB segundo os quais o Brasil já liderava com folgas o mercado de seguros da na América Latina no final do ano passado, com fatia de 43%. O México estava em segundo lugar, com 21%.
Na opinião de Pedro Sant´anna, a abertura do resseguro, cuja regulamentação foi colocada em audiência pública pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), deve reforçar a tendência de incremento do mercado interno, além de trazer outras vantagens para consumidores e seguradoras.

Fonte: Seguros.inf.br

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