Poupança cresce no país e capta quase R$ 5 bilhões em 2007
O brasileiro está redescobrindo a mais tradicional aplicação do país: a caderneta de poupança. Segundo o Banco Central (BC), de 1º de janeiro a 16 de abril, o investimento teve captação positiva de R$ 4,88 bilhões. Isso quer dizer que os depósitos na caderneta de poupança estão superando em muito as retiradas – no ano passado, no mesmo período, o resultado foi negativo para a poupança.
Nem a mudança no cálculo da Taxa Referencial, que reduziu o rendimento da poupança em relação a outros investimentos de renda fixa, está atrapalhando o crescimento da aplicação. E quem está ganhando com isso são os bancos federais – a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil -, que concentram a metade dos investimentos em poupança no país.
O banco que mais está apostando na retomada da caderneta é a Caixa Econômica Federal. Segundo dados de mercado, a instituição tem sozinha quase um terço dos depósitos em poupança no país. O banco teve captação positiva de R$ 1 bilhão na modalidade de investimento em março – no mês, a captação da poupança em todos os bancos do país foi de R$ 1,54 bilhão, segundo o BC.
Baixa renda
Como a Caixa Econômica atende muitos clientes de baixa renda, explica o diretor nacional de serviços e captação do banco, Roberto Derziê de Sant Anna, a caderneta é muito procurada por ser considerada uma opção “descomplicada”. Para ele, mesmo com a redução da TR, a poupança continua a competir de igual para igual com outros investimentos: “Hoje, a poupança rende 65% do CDI, mas o investidor está livre de Imposto de Renda, CPMF e taxa de administração”, ressalta.
Por conta de seu público-alvo, o banco está investimento fortemente na promoção do aumento da poupança do brasileiro: nos próximos meses, vai distribuir 1 milhão de cofrinhos dos personagens “Poupançudos” para quem depositar pelo menos R$ 50 na caderneta. A campanha para aumentar a quantidade de dinheiro na aplicação é de interesse do governo federal, uma vez que os recursos da poupança são usados para o financiamento habitacional.
O resultado positivo que a Caixa teve em março coincidiu com o relançamento da campanha publicitária, que havia sido criada no ano passado. “E isso que março geralmente não é um mês bom para a captação, pois não há renda extra entrando para a família”, explica. A campanha dos Poupançudos, por conta de seu sucesso, continuará a ser veiculada pelo menos até o fim do ano, conforme o diretor.
No Banco do Brasil, que lida com clientes de renda maior que os da Caixa, a poupança vem se mantendo historicamente com uma participação de 20% das aplicações feitas pelos clientes do banco. “Desde o final do ano, a poupança se tornou mais atraente, mas ela não compete com outros investimentos. Ela ainda não tira investidores de forma significativa dos outros produtos”, diz a gerente-executiva de investimentos do BB, Maria Isabel Gribel.
Ela diz que não há nenhuma campanha de incentivo ao produto no momento e que o volume captado está de acordo com o planejado pelo banco. “Não estamos com nenhuma campanha para incentivar esse produto além do normal”, ressaltou. Segundo Isabel, a atratividade da poupança se deve, entre outros motivos, ao fato de não haver um limite mínimo para aplicação – no caso do BB, 93,5% das contas do gênero têm aplicações inferiores a R$ 5.000.
Fonte: G1