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Planos crescerão mais de 20% de preços

A previdência privada cresce entre 20% e 30% esse ano, independente da aprovação do projeto que permite ao trabalhador usar parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para constituir previdência privada. Segundo a projeção de Renato Russo, vice-presidente da SulAmérica Vida e Previdência, quando o projeto entrar em funcionamento provocará crescimento de 5% a 10% no volume total de reservas das seguradoras nos próximos anos. “O aumento do FGTS não é explosivo”, diz enquanto aguarda a aprovação do governo este ano.
O pedido da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e Capitalização (Fenaseg) torna possível que o brasileiro escolha onde pretende colocar os recursos através de regulamentos específicos. Apesar das vantagens, a proposta não foi ainda analisada pelo governo. Para o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Sincor-SP), Leôncio Arruda, o projeto de uso do FGTS ainda não foi analisado por falta de interesse do governo. “Não vejo também qual a vantagem para o corretor de seguro. Não tenho idéia de quanto isso pode incrementar os negócio. Por esse motivo não apoiamos o projeto”, afirma Arruda.
A Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp) também coteja usar parte dos recursos do FGTS. Segundo o projeto, concluído no fim do ano passado, parte das contribuições das empresas ao FGTS seria deslocada para um plano de previdência privada empresarial ou para um fundo de pensão. O funcionário teria de depositar por sua conta o mesmo valor que a empresa, via desconto em folha de pagamento. Mesmo assim, caso o trabalhador não contribua com o mesmo percentual no plano de previdência, a empresa depositaria os recursos somente na conta do fundo de garantia. O percentual do FGTS utilizado ficaria ao redor de 2%.
Uma das vantagens do FGTS para as seguradoras, de acordo com Renato Russo, é a possibilidade de incremento dos planos corporativos. O setor de previdência privada corporativa não é o principal foco de atuação das seguradoras. O percentual das captações, entretanto, encontra-se ao redor de 20%, índice bem menor que os 70% que vigora em outros países.
“Ainda há uma concorrência forte com a previdência fechada. Não vejo o segmento de planos corporativos com forte crescimento em 2007, sem a aprovação do uso do FGTS e da união entre previdência e plano de saúde”, diz Russo. Outro projeto importante do mercado, que tende a incrementar os negócios é a oferta de produtos que possibilitam a poupança de longo prazo junto com planos de saúde, o que estimularia o consumo.
Para Arruda, mesmo sem a aprovação dos projetos, a previdência ainda tem um bom espaço para crescer entre as seguradoras. Ele projeta um incremento de 30% este ano, o dobro do crescimento previsto para o setor segurador (15%). A vantagem tributária leva à perspectiva mais otimista. “Vamos continuar aumentando e trazendo inovações. Uma de nossas necessidades é a possibilidade de diversificação dos investimentos, pois no momento só temos acesso aos títulos do governo”, ressalta.
O advogado especializado no setor de seguros, Plínio Rizzi, concorda que o crescimento da previdência privada está garantido para os próximos anos. Já para a área de saúde, ele pondera que a tendência é de desaceleração. “O aumento tende a ser mais discreto, mas a prospecção tende a reverter com a visão de que quanto mais velha a pessoa, mais caro o seguro”, acredita.
Ana R. Borges

Fonte: CQCS

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