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Alternativa para financiar despesas com saúde

A Associação Nacional de Previdência Privada (Anapp) está encaminhando uma proposta ao governo para criar um VGBL da saúde. O VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é uma das duas modalidades de planos de previdência hoje existentes no país. A outra é o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre).
Osvaldo do Nascimento, presidente da Anapp, diz que o produto se encaixa como uma luva para uma das maiores demandas de investimento que o brasileiro tem atualmente: custear suas despesas de saúde na terceira idade. A idéia é fazer um produto nos moldes do Health Saving Account dos EUA, o produto de investimento que os cidadãos americanos estão usando para custear suas despesas médicas. Assim, a expectativa é de que num futuro próximo você encontre na prateleira de sua agência bancária produtos de investimento dedicados exclusivamente a financiar custo de saúde.
Segundo Nascimento, não importa qual o plano de previdência que você tenha ou como pensa em financiar sua aposentadoria, pelo menos um VGBL você terá de ter, aquele que vai abrigar o dinheiro com o qual você vai pagar os gastos com médicos, hospitais e exames.
Mas há detalhes para os quais você tem de ficar muito atento. Segundo Nascimento, o plano indicado para este fim é o VGBL com o modelo de tributação que segue a tabela progressiva do imposto de renda. Isso porque, do rendimento que você obtém nesses planos, é possível deduzir da base de cálculo do seu imposto de renda as despesas com saúde. Ou seja, você pode abater do IR parte do ganho que obteve nesta aplicação. O mesmo não acontece com os fundos de investimentos tradicionais e nem com os VGBLs que têm tributação regressiva, aquela em que as alíquotas de IR vão caindo conforme aumenta o prazo da aplicação. Em ambos os casos, o investidor não pode deduzir do ganho de capital as despesas com saúde.
“A questão tributária é um ponto extremamente importante e tem de ser levada em conta nos investimentos de longo prazo, principalmente aqueles que você sabe que poderão ser usados para pagar despesas hospitalares”, diz Nascimento. Nos EUA, segundo Nascimento, o grande apelo desses produtos de investimento é o benefício fiscal. “A idéia é a de que, já que o governo não pode dar saúde, então também não recebe pelo serviço, por isso o ganho fiscal”.
Pesquisas mostram que mais de 80% dos gastos que você terá com saúde em toda a sua vida ocorrem após os 60 anos, justamente na época em que você já não tem mais esse benefício do empregador (provavelmente já está aposentado) e as empresas de plano de saúde torcem o nariz para você.
Assim como a previdência, o custo com saúde não é mais um problema só brasileiro. Pessoas em diversas partes do mundo partilham da mesma preocupação e já não restam muitas dúvidas de que esse é um problema que você terá de resolver por conta própria. Se esperar pelo governo ou por seu patrão, poderá ter surpresas desagradáveis no futuro. Nenhum dos dois parece ter disposição, nem fôlego financeiro, para assumir este passivo no futuro. Isso porque dois componentes da vida moderna, a longevidade e os avanços da medicina, tornaram essas despesas extremamente caras para ambos.
O VGBL e o PGBL têm sido vendidos nas agências bancárias sem muito cuidado. Depois que passaram a fazer parte das metas dos gerentes, são oferecidos a qualquer perfil de investidor, mesmo para aqueles que já estão aposentados. Nascimento diz que há um esforço do setor em treinar a força de venda para que isso não ocorra e recomenda que sempre que um aposentado comprar um desses planos sem ser corretamente informado deve reclamar aos serviços de atendimento ao cliente.
Mas ele ressalta que o VGBL pode ser um produto interessante mesmo para quem está aposentado também como instrumento de herança. Isso porque o VGBL, embora na prática funcione como um fundo de investimento, legalmente é um seguro e por isso não entra em inventário e nem sofre a tributação sobre a herança.

Fonte: Valor

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