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As coberturas que garantem a Copa

A FIFA emitiu título contra catástrofe de US$ 260 milhões para cobrir risco de cancelamento. A Copa do Mundo de Futebol de 2006 é um dos maiores eventos esportivos do globo. Milhões de pessoas em todo o mundo assistem entusiasmadas aos jogos pela TV, ou mesmo acompanham os eventos pela internet. E jamais imaginam todo o trabalho de bastidores: logística, medidas de segurança, suporte nos diferentes locais para os torcedores e o seguro do evento que – para a Copa de 2006 – representa um desafio considerável.
Em uma entrevista no site da Swiss Re, Peter Luck, diretor de Subscrição de Riscos Especiais da resseguradora, explica que a Copa é coberta por várias apólices. `Muitos fatores devem ser levados em conta para fazer uma análise abrangente dos riscos – particularmente quando o tempo para uma avaliação exaustiva dos riscos é precioso`, diz. Para um campeonato mundial, o levantamento do risco começa com três ou quatro anos de antecedência.
A companhia de seguros começa analisando o público alvo, os organizadores e as organizações que estão por trás deles, juntamente com o caráter, o período e as dimensões do evento. Além disso, deve ser avaliada a possibilidade de adiamentos e cancelamentos.
Fatores externos que influem nos eventos esportivos, como mudanças de tempo ou ameaças de catástrofes naturais foram levados em conta na avaliação dos riscos, assim como a probabilidade de ataques terroristas ou de riscos políticos internos. Cada um destes riscos varia de forma extraordinária, dependendo do caráter e da localização do evento.
A Swiss Re é uma resseguradora de peso na Copa e desempenhou um papel importante para apoiar os vários consórcios de companhias que participam da cobertura do evento. A resseguradora já cobriu muitos dos maiores eventos esportivos de alto nível no passado: Olimpíadas, os principais torneios de tênis, os chamados Grand-Slams, Copas do Mundo de Rugby, e Copas do Mundo de Futebol no mundo.
`Quando analisam a cobertura de um evento esportivo de alto nível, nossos especialistas sempre consideram os diversos fatores envolvidos, como por exemplo, se os eventos se realizam no verão ou no inverno, perigos naturais que predominam na região, panorama político e se há apenas organizadores locais ou se está envolvida também uma organização totalmente abrangente`, disse.
Os organizadores locais e a FIFA adquiriram proteção. As coberturas variam desde proteção contra o risco de ataque terrorista ou o cancelamento devido a qualquer outra razão. Também precisam ser cobertos riscos mais tradicionais, como a responsabilidade civil dos organizadores.
Os organizadores alemães adquiriram de um pool de seguradoras uma cobertura em caso de adiamento para 2007 e cancelamento total/abandono, no valor de aproximadamente ? 150 milhões (US$192 milhões). Outra cobertura de risco foi adquirida para cobrir danos no montante de até ?140 milhões (US$ 179 milhões) contra acidentes, indenizando torcedores no caso de morte ou invalidez.
A FIFA em 2003 emitiu um título contra catástrofe no valor equivalente a US$ 260 milhões para cobrir o risco de cancelamento da Copa do Mundo 2006 na Alemanha. O título cobre a receita com marketing que a FIFA teria que repor caso os jogos fossem cancelados, devido a catástrofes naturais e atos terroristas.
Para grandes eventos esportivos como os Jogos Olímpicos ou a Copa, uma significativa fatia da receita é gerada pelos direitos televisivos de transmissão. Atualmente o valor desses direitos pode alcançar uma cifra superior a 2 bilhões de francos suíços (US$ 1,64 bilhão), sem dúvida uma soma que precisa ser segurada.
Entretanto, devido à capacidade muito limitada disponível nos mercados de seguros e resseguros, os organizadores e federações locais em geral apenas cobrem parte de seus riscos em bases de primeiras perdas. Mesmo hoje em dia, a capacidade máxima disponível é de apenas cerca de um terço a 50% dos direitos totais para a televisão.[1]
Terrorismo
Desde 11 de setembro de 2001, o terrorismo se tornou o aspecto de risco mais intensamente discutido em relação aos grandes eventos esportivos. Desde os acontecimentos das Olimpíadas de Verão de 1972 em Munique, o terrorismo passou a fazer significativamente parte dos parâmetros de acesso de risco para os Jogos Olímpicos e similares. `Todo esforço possível atualmente é feito para evitar a repetição de atentados terroristas. Entretanto, um agente de seguros especiais está sempre atento sobre a possibilidade de um atentado durante um evento esportivo`, diz o especialista da Swiss Re.

Fonte: Gazeta Mercantil

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