Por que seguro custa caro
Os recentes acontecimentos em São Paulo, com repercussões em outras partes do Brasil, são os melhores exemplos para explicar por que seguro, no mundo inteiro, tem de custar proporcionalmente caro, explica Antonio Penteado Mendonça, professor da FIA/FEA-USP e da FGV-SP, em artigo publicado pelo Estadão de hoje. Seguro é cálculo matemático a favor da sociedade. É uma conta simples na qual se divide os prejuízos que afetam alguns integrantes de um determinado grupo pelo total de participantes do mesmo. Na medida em que os eventos cobertos custam pouco, o preço do seguro é baixo. Mas quando estes eventos geram prejuízos elevados, a regra tem de ser o contrário, ou seja, o seguro custa caro. No mundo inteiro o preço das apólices está sujeito a esta regra. O Brasil evidentemente não é exceção, a não ser pela particularidade de que aqui se contratam relativamente poucos seguros, e de poucos ramos, o que diminui a exposição das seguradoras a sinistros mais gravosos, o que, por outro lado, custa mais caro para a sociedade, que é obrigada a sacar da pequena poupança interna os valores necessários à reposição de bens que não foram segurados.
Fonte: O Estado de São Paulo