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Braskem busca seguro contra risco político para projetos na Venezuela

A Braskem analisa a contratação de seguro contra riscos políticos para proteger seus projetos na Venezuela. O vice-presidente financeiro e de relações com investidores, Paul Altit, afirmou ao Valor que a empresa vem mantendo conversas com companhias de seguros e agências multilaterais e de fomento internacionais. As negociações, segundo o executivo, estão em fase inicial, o que não permite estipular o valor do contrato.
As entidades já avaliam as condições de contratação do seguro. Altit afirmou que órgãos como a Agência Multilateral de Garantia de Investimento (ligada ao Banco Mundial), a Corporação para o Investimento Privado Estrangeiro (OPIC, na sigla em inglês) e até a Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE) oferecem linhas de proteção para investimentos em países com `alta volatilidade política`. Agências européias e asiáticas também devem ser consultadas, segundo o executivo. A idéia da Braskem é complementar essas linhas com apólices de seguradoras particulares.
Segundo Altit, além da quebra de contratos, o seguro contra riscos políticos prevê cobertura para desapropriações e guerras. `A Braskem tem uma série de opções e pode escolher somente o período do investimento, por exemplo, com a apólice vencendo até o negócio começar a dar retorno` explicou.
Somente na Venezuela, a Braskem estima investir entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2,5 bilhões com a construção de um complexo petroquímico, em parceria com a venezuelana Pequiven. Segundo Altit, o estudo de viabilidade econômica do projeto já contempla os gastos com o seguro contra riscos políticos. A Braskem pretende produzir 1,2 milhão de toneladas anuais de etano a partir de gás natural na Venezuela. O complexo deve entrar em operação até 2011.
Os aumentos de preço das matérias-primas (puxados pela alta recorde do petróleo no mercado internacional) e da energia provocaram uma redução de 41% no lucro da Braskem no primeiro trimestre. Entre janeiro e março a empresa teve lucro líquido de R$ 122 milhões, ante os R$ 206 milhões observados no mesmo período em 2005. Em contrapartida a empresa conseguiu reverter as perdas de R$ 5 milhões registradas no quarto trimestre do ano passado. A elevação nos preços da nafta, do gás natural e do óleo combustível geraram um desembolso extra de US$ 130 milhões no trimestre.
A receita bruta da empresa ficou em R$ 3,42 bilhões, uma queda de 14% em comparação com o primeiro trimestre de 2005. José Carlos Grubisich, presidente da Braskem, afirmou que no período a nafta (principal insumo da empresa) registrou alta de 25% no mercado internacional e o gás natural teve reajuste de 41%.
A geração operacional de caixa pelo conceito lajida do trimestre caiu de R$ 688 milhões para R$ 400 milhões, principalmente por conta do aumento da cotação do petróleo e da valorização do real perante o dólar. A dívida da empresa no fim de março era de R$ 3,5 bilhões, uma relação dívida líquida/lajida de 1,97 vez.
O volume de produção de poliolefinas (polietileno e polipropileno) caiu 4%, alcançando 319 mil toneladas, por conta de paradas programadas de produção. `As paradas coincidiram com a entrada em operação da Rio Polímeros (que tem a Braskem como sócia) e assim podemos dimensionar as operações e o mercado`, disse o presidente da Braskem. As vendas desses insumos caíram 13%, para 334 mil toneladas. A produção de vinílicos (PVC e solda líquida) e de insumos básicos (eteno e propeno) também caíram.
As exportações renderam à Braskem US$ 242 milhões, queda de 7% ante o primeiro trimestre de 2005. Segundo Grubisich, a empresa adotou a estratégia de priorizar a elevação de seu estoque de produtos, na expectativa de conseguir preços mais competitivos no segundo trimestre. A meta da empresa é empatar as vendas externas do ano passado, de US$ 950 milhões. O executivo também disse observar melhoras no mercado interno já no mês de abril, por conta do reaquecimento dos setores de infra-estrutura e construção civil. A empresa informou também que paralisou os estudos de uma unidade na Bolívia, que tinha como parceiros a Petrobras e a YPFB. (*Com Valor Online).

Fonte: Valor

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