Um encontro de pais e filhos com o legado do seguro
Um encontro de gerações de duas famílias com grandes legados no mercado de seguros. Com atuações em ramos de seguros diferentes, os Garfinkel e os Molina mostraram que o mais importante para um negócio bem-sucedido, longevo ao ponto de ser passado para outras gerações, é a paixão e a capacidade de sonhar.
Jayme Garfinkel, acionista controlador das empresas Porto Seguro, não assumiu um negócio, ele assumiu o sonho de seu pai, o senhor Abraão. “A grande decisão da minha vida foi quando o meu pai faleceu e passamos uma crise financeira. Pensei: meu pai começou como inspetor de risco da Generali e tinha o sonho de ser presidente, o que conseguiu em 1972. Não quis vender o sonho do meu pai”, compartilhou, ao lembrar que o sonho do pai, que tinha 55 anos quando comprou a Porto sem dinheiro, tornou-se o sonho da família.
Com o falecimento do pai, seis anos depois, Jayme se agarrou ao sonho e estimulou as pessoas ao seu entorno a acreditarem nele também. “Mantive o sonho com base na confiança. Nosso mercado vive de confiança; é a confiança do consumidor no corretor e a do corretor na seguradora. Esse é o resumo da Porto Seguro e da paixão que eu tenho”.
Outro ícone do mercado, Nilton Molina, presidente do Instituto de Longevidade MAG e do Conselho Deliberativo da MAG Fundo de Pensão, teve uma trajetória diferente. “Comecei como corretor aos 30 anos. A minha porta de entrada no mercado de seguros foi o GBOEX, em 1966. Foi lá que aprendi a vender seguros. Meu foco sempre foi o vida individual. Com a compra da participação acionária da Atlântica Boa Vista, mudei de lado e fui para seguradora. Ajudei a criar a Bradesco Saúde, a Bradesco Vida e Previdência, depois criei a Mombras, que se transformou em Icatu; comprei a Mongeral. Cada momento desse foi muito importante na minha vida”.
Com cerca de 90 anos, Molina lembrou que a companhia não sai dele. “Sou especialista em seguro de vida individual. Fico fixado naquilo que gosto mais. Gosto muito do negócio e é difícil ficar quieto, mas reconheço que é muito difícil ser meu filho”.
Os filhos
“Aprendi seguro por osmose. Fui para a rua vender com 14 anos. Meu pai sempre me criou para liderar. Por mais que tenham tido cobranças, você nunca quis mexer na minha liderança. Não é fácil. Temos de nos esforçar cada vez mais. Muitas vezes o mais importante é conseguir fazer o meu melhor, e você me deu ferramentas para isso. Esse melhor é em prol da sociedade, dos clientes, dos corretores e dos funcionários. Isso eu aprendi em casa com você e com a minha mãe”, disse Helder Molina, chairman e CEO do Grupo MAG. “São poucos os seguradores-raiz que estão com a barriga no balcão hoje. Isso é fundamental para que nosso mercado fique vivo”.
Bruno Garfinkel, presidente do Conselho da Porto Seguro, definiu o processo sucessório da companhia como um processo sucessório de amor profissional. “Meu pai absorveu o sonho do próprio pai. O sucesso da Porto foi a capacidade de engajar muitas pessoas em torno de um sonho”, comentou Bruno, ao lembrar que a conexão do crescimento da família ao crescimento da empresa. “Representamos o mais verdadeiro do seguro. Nossa responsabilidade é fazer o mercado dar certo”.
Aspecto social do seguro
Molina destacou que o seguro de vida tem uma característica diferente. “A venda do seguro de vida, mesmo que muito bem vendida, é forçada. Mas o momento da entrega do cheque do benefício é absolutamente gratificante para o segurador e, principalmente, para o corretor que vendeu a apólice”.
“Quando pagamos qualquer sinistro, estamos atuando com a sociedade. É um prazer ser um prestador de serviços que vai ao encontro da necessidade das pessoas. Estamos mais presentes no dia a dia. Essa vantagem traz uma cultura de interesse do cidadão”, comentou Jayme, ao citar, inclusive, a ação da companhia para a assistência chegar em até 15 minutos ao cliente de moto.
Os ícones participaram do painel “Transição segura para o futuro da corretagem de seguros”, integrante da programação da 20ª edição do Congresso de Corretores de Seguros (Conec), realizada de 25 a 27 de setembro no Distrito Anhembi, em São Paulo.
“Esse painel foi do jeito que eu queria: uma homenagem, conselhos e exemplos de sucessão, de vida e para acreditarmos no grande negócio que temos nas nossas mãos. Sabemos o que queremos e apenas precisamos estar unidos para buscar melhorias no nosso setor, como aprimoramento de produto e tecnologia”, definiu Boris Ber, presidente do Sincor-SP.
Fonte: Revista Cobertura
