Mulher

Ministério das Mulheres reforça transparência no enfrentamento à violência contra mulheres

O Ministério das Mulheres lançou, quinta-feira (07), o Painel de Dados do Ligue 180 – uma plataforma interativa que reúne e organiza informações sobre os atendimentos realizados pela Central de Atendimento à Mulher. Apresentado durante café da manhã com a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e jornalistas em Brasília, o lançamento do painel marca os 19 anos da sanção da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) e integra a campanha Agosto Lilás, mês de mobilização pelo fim da violência contra as mulheres. A ferramenta reforça o compromisso do Governo Federal com a transparência ativa e com a formulação de políticas públicas baseadas em evidências.

Acesse aqui o Painel de Dados do Ligue 180: https://www.gov.br/mulheres/pt-br/ligue180

“O lançamento do Painel de Dados do Ligue 180 é um marco para a política de enfrentamento à violência contra as mulheres no Brasil. Tornar públicos esses dados é dar visibilidade à realidade vivida por milhares de brasileiras todos os dias, e é também uma forma de responsabilizar o Estado por respostas mais eficazes, inclusivas e baseadas em evidências. Atender a esse princípio de transparência ativa é um pedido direto do presidente Lula e um compromisso que o Ministério das Mulheres assume com firmeza”, afirma a ministra das Mulheres, Márcia Lopes.

Dados do Ligue 180

De janeiro a julho de 2025, o Ligue 180 registrou 594.118 atendimentos e 86.025 denúncias de violência contra mulheres em todo o país. Os chamados foram realizados por ligação telefônica (84,2%), e-mail (13,5%), WhatsApp (2,3%) e videochamada em Libras (menos de 1%). No mesmo período, foram registradas 86.025 denúncias de violência contra mulheres em todo o país, o que representa um aumento de 2,9% em relação ao mesmo período em 2024 (83.589 denúncias).

Perfil das vitimas e suspeitos –

Os dados do Ligue 180 revelam que a maior parte das vítimas é heterossexual, com 49.674 denúncias (57,7%), e negra, com 38.068 denúncias (44,3%). Em relação aos suspeitos, a maioria dos identificados é heterossexual (42.320 – 49,2%) e negra (35.586 – 41,4%), o que evidencia o impacto da violência de gênero atravessada por desigualdades raciais e estruturais.

Em 40.933 casos (47,6%), os suspeitos eram companheiro(as), esposos(as), e namorados(as), atuais ou ex.

Tipos de violência

Entre os principais grupos de violência relatados em contextos de violência doméstica e familiar e relações íntimas de afeto, destacam-se 35.665 casos de violência física (41,4%), 24.021 de violência psicológica (27,9%) e 3.085 de violência sexual (3,6%). Fora do âmbito da Lei Maria da Penha, a Central também registrou 9.866 casos de violência psicológica em outros contextos e 4.566 denúncias de outras formas de violência.

Cenário da violência

A maioria das denúncias refere-se a situações ocorridas dentro da residência da vítima, com 35.063 registros (40,7%). Outros 24.238 casos (28,2%) ocorreram em domicílios compartilhados entre a vítima e o suspeito. Também foram registradas 4.722 denúncias (5,5%) de violência cometida na casa do suspeito.

Início das violências

Os dados evidenciam que muitas mulheres convivem com a violência por longos períodos antes de buscar ajuda, reforçando a necessidade de ampliar as políticas de prevenção, proteção e acesso rápido à rede de apoio. Entre as denúncias recebidas, 21,9% (18.871) referem-se a violências iniciadas há mais de um ano; em 9% das denúncias (7.715) as violências começaram há mais de cinco anos. Em 8,6% (7.442), tiveram início há mais de dez anos.

Ligue 180: mais denúncias

O Ligue 180 é o canal oficial do Governo Federal para acolhimento, orientação e registro de denúncias, destinado às mulheres em situação de violência. Gratuito, sigiloso e disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo feriados, o serviço realiza atendimento em 4 línguas (português, inglês, espanhol e Libras), voltado para todas as mulheres que estão no Brasil e às brasileiras que vivem no exterior. Também pode ser acionado por WhatsApp, pelo número (61) 9610-0180.

Desde 2023, o Ligue 180 vem passando por uma reestruturação com foco na qualificação do atendimento, na modernização tecnológica e na integração com outros serviços da rede. Entre os avanços, destacam-se a ampliação das equipes de atendimento, com reforço na formação e sensibilização das atendentes para temas como interseccionalidade, diversidade, acolhimento de mulheres indígenas, quilombolas, com deficiência e LGBTQIA+.

Atualmente, a Central conta com 288 atendentes especializadas e um quadro total de 332 profissionais na operação, incluindo supervisoras, monitoras e psicólogas.

A modernização do sistema de atendimento e registro permitiu maior agilidade, segurança da informação e capacidade de resposta. Além da ligação telefônica, foram incorporados novos canais de atendimento, como o WhatsApp, que facilita o acesso de mulheres em situação de risco e daquelas que vivem fora do Brasil; o atendimento por videochamada em Libras para mulheres surdas, e o e-mail central180@mulheres.gov.br.

Outros avanços incluem o lançamento do Painel Ligue 180, que reúne informações sobre mais de 2,6 mil serviços especializados da Rede de Atendimento à Mulher; e a capacitação contínua das equipes, com foco em escuta qualificada.

Como parte do esforço de articulação federativa, também foram firmados 11 Acordos de Cooperação Técnica com 10 estados e o Conselho Nacional do Ministério Público para o estabelecimento de um novo fluxo de encaminhamento e tratamento das denúncias recebidas pela Central. São eles: Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Piauí, Acre, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão e Distrito Federal.

Em agosto de 2024, o Ministério das Mulheres também inaugurou a nova Central de Atendimento, que passou a operar de forma totalmente independente da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. A mudança resultou de um processo licitatório que garantiu a contratação de empresa especializada para a prestação de serviço continuado por meio de múltiplos canais de atendimento.

Campanha Agosto Lilás

O Agosto Lilás é um marco anual de conscientização e enfrentamento à violência contra as mulheres e, em 2025, ganha ainda mais força com a campanha “Não deixe chegar ao fim da linha. Ligue 180”, que reforça o papel da Lei Maria da Penha como instrumento de proteção e transformação de vidas. A campanha tem como foco informar, proteger e convocar a sociedade à responsabilidade coletiva, com especial atenção às mulheres em situação de violência.

Com linguagem acessível e abordagem educativa, a mobilização busca ampliar o conhecimento sobre os direitos garantidos pela legislação, os canais de denúncia e os serviços especializados de atendimento.

Fonte: Gov.br

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