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Reflexão sobre a Comunicação e o Diálogo

A Comunicação é uma das habilidades mais fundamentais do ser humano, essencial para o estabelecimento de relações interpessoais, resolução de problemas e evolução social. Através dela, compartilhamos ideias, sentimentos e informações, moldando a forma como interagimos com o mundo. Por outro lado, Diálogo é uma prática específica da comunicação, caracterizada pelo engajamento mútuo, troca de perspectivas e busca de entendimento.

A comunicação pode ser definida como o processo de transmitir mensagens entre indivíduos, grupos ou instituições. Ela está no cotidiano de várias formas, ocorre mediante a fala ou escrita, mesmo quando estamos calados, estamos nos comunicando de alguma forma, com gestos, expressões faciais, postura corporal e, ainda, digital, através das redes sociais, e-mails ou os famosos emojis, que traduzem de forma assertiva a leveza dos sentimentos daquele momento.

E, diante da sua relevância, a comunicação e o diálogo enfrentam muitas barreiras, seja na vida pessoal ou profissional, como:

  • Comunicação falha: quando surgem mal-entendidos, ausências de informações, por exemplo: quando profissionais “acreditam” estar sendo precisos e na verdade a informação foi superficial ou, ainda, pressupõe prévio conhecimento do assunto.
  • Escassez de interações: é um forte indício de que a comunicação não está fluindo, quando profissionais preferem o isolamento, pois a falta de estímulos diários dificulta a interação.
  • Barreiras físicas e emocionais: barreiras físicas podem incluir o uso excessivo de tecnologia, como utilizar constantemente o celular durante interações presenciais, ou até mesmo a escolha de assentos distantes. Muito se vê nas mesas de almoços ou jantares, imersas no celular.
  • Ruído: há dificuldade de manter a concentração de todos em reuniões, palestrar ou rotinas. A consequência das distrações poderá ser o comprometimento do tema.
  • Falta de empatia: incapacidade de se colocar no lugar do outro e ouvir de forma genuína. Muitas vezes, a falta de intimidade cria o bloqueio de escutar o orador e entender o que ele está transmitindo.
  • Preconceito: é bastante relevante, pois os julgamentos prévios, às opiniões formadas sobre pessoas ou temas, impedem de ouvir suas contribuições.

Acredito que para melhorar ou reestabelecer a Comunicação e o Diálogo, precisamos:

  1. Atenção plena: estar realmente presente naquele momento; desenvolver a escuta ativa, evitar distrações, interrupções ou devaneios da mente enquanto a outra fala.
  2. Sentimentos: seja dia ou noite, existem altos e baixos, precisamos nos restringir aos fatos, separar as sensações, identificando de forma clara e específica suas emoções quanto ao que está ouvindo, pois muitas vezes aquele sentimento é anterior ao diálogo ou a pessoa.
  3. Respeito mútuo: é importante reconhecer a legitimidade das opiniões alheias, mesmo em discordância. A troca de ideias permite o desenvolvimento de novas perspectivas e conhecimentos; é sempre tempo de aprender.
  4. Clareza: muitos usam a linguagem mais rebuscada, mas acredito que a linguagem simples, sem ambiguidades, pode facilitar. Devemos demonstrar, conhecer, informar prazos e expectativas, além de realizar perguntas objetivas ou exemplos.
  5. Compartilhe algo pessoal: deve-se quebrar as barreiras revelando algo sobre si mesmo que seja relevante para a conversa, pode criar uma conexão.
  6. Promover um ambiente de confiança: relacionamentos prosperam quando há espaço para diálogo aberto e honesto. Devemos criar espaços seguros onde todos se sintam confortáveis.
  7. Ser paciente e respeitoso: entender que estabelecer ou restaurar a comunicação efetiva leva tempo e dedicação. Respeite o ritmo da outra pessoa e não force interações.
  8. Ajuste a comunicação: é imprescindível adaptação ao estilo de comunicação, ao perfil dos receptores, proximidade e diferentes personalidades.
  9. Pedido: às vezes, o diálogo pressupõe um pedido, logo, seja específico, maior a chance de sucesso.
  10. Estabelecer limites: a comunicação aberta e honesta é fundamental para estabelecer e respeitar limites entre as partes. Essa comunicação deve ser contínua, perceba até onde pode avançar.
  11. Construção conjunta: busque soluções que beneficiem a todos.

Conclui-se, assim, que a comunicação e diálogo são pilares das interações humanas. Quando cultivados, com atenção e intencionalidade, eles promovem entendimentos mais profundos e transformam a maneira como nos conectamos com os outros, promovendo ambientes mais positivos e produtivos.

Vanessa Cápua

Advogada, Pós-Graduada em Direito do Consumidor, Especialização em Neurociência, Comunicação e Desenvolvimento Humano. Atuação nos mercados financeiro e seguros nas Áreas Jurídica, Aquisição de Ativos Judiciais, Ressarcimento, Operacional, com ênfase em Direito Civil, Consumidor, Responsabilidade Civil, Gestão de Contratos e Políticas de Negociações de Acordos Extra e Judiciais.

Membro do Grupo de Trabalho de Métodos Alternativos de Solução de Conflitos e Processo Civil da AIDA Brasil; Membro da Associação das Mulheres do Mercado de Seguros – Sou Segura; Mentora Voluntária da Sou Segura.

Coautora dos Livros: Mulheres no Seguro (11/2020); Direito Securitário na Aviação (12/2022) e Mulheres... O céu não é o limite! (03/2024).

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