Resseguro é pauta desta semana, com evento em Mônaco
Até meados de 2024, as perdas seguradas estão acompanhando acima da média histórica, com eventos notáveis incluindo tempestades severas nos EUA, um terremoto no Japão e inundações no Oriente Médio, China, Europa e Brasil Setembro é o mês do resseguro. É o mês quando os principais playeres do mundo preparam estudos para aquecer os debates no tradicional Monte Carlo Rendez-Vous, que está em sua 66a. edição.
É um evento anual do setor de resseguros realizado no Principado de Mônaco, que neste ano acontece entre 7 e 11 de setembro, no qual os participantes do mercado de resseguros se reúnem com seguradores e corretores para discutir o estado do mercado e iniciar as negociações para as importantes renovações de resseguros de fim de ano.
Não é um evento para todos.
A começar pelo elevado custo de passar cinco dias em Mônaco. Poucos brasileiros participam. Mas o Brasil é um importante tópico dos debates promovidos pelos resseguradores. Tanto pelo potencial crescimento estimado para os próximos anos, como também por constar entre as principais perdas registradas no primeiro semestre deste ano.
Nesta semana, dois estudos traçam um cenário menos catastrófico para as renovações de contratos concentradas nos últimos dois meses do ano e também em janeiro de 2025. Semana passada, a AM Best divulgou suas impressões sobre o cenário deste segmento. Ambas ressaltam que os resseguradores globais estão demonstrando um apetite crescente por riscos de catástrofes naturais.
Já o estudo da S&P Global Ratings informa que durante as renovações de resseguros em janeiro de 2024, 19 dos maiores resseguradores globais classificados pela S&P aumentaram sua exposição a catástrofes naturais, com um aumento médio geral de 14% na exposição ao risco. No entanto, um grupo menor de resseguradores optou por reduzir sua exposição. Essa mudança ocorre em meio a um ambiente de precificação favorável para resseguros e à melhora da receita líquida de investimentos em 2023 e 2024, o que proporcionou aos resseguradores oportunidades para alocar capital e expandir seus negócios de catástrofes patrimoniais.
O portal RE Insurance Business conta que a S&P Global Ratings observou que as estratégias dos resseguradores variaram nos últimos anos devido ao aumento dos custos associados às catástrofes naturais.
Em 2023, o Instituto Swiss Re estimou as perdas seguradas globais devido a catástrofes naturais em US$ 108 bilhões, um valor acima da média de longo prazo da indústria de seguros.
Apesar disso, pontos de aderência mais altos e um padrão de eventos frequentes, mas de tamanho médio, em 2023 significaram que as seguradoras primárias arcaram com uma parte maior das perdas, especialmente com tempestades convectivas severas nos EUA.
As perdas para o grupo de resseguradores globais classificados pela S&P ficaram dentro da carga de catástrofes naturais orçada. A S&P também destacou vários desafios para a indústria, incluindo a inflação de sinistros, reivindicações de seguros nos EUA, aumento da variabilidade climática e volatilidade do mercado financeiro. No entanto, a análise da S&P sugere que a forte adequação de capital dos resseguradores globais e as margens aprimoradas fornecem um amortecedor contra choques significativos, como aqueles decorrentes de catástrofes naturais.
A capitalização do setor de resseguros provavelmente não será gravemente impactada por um evento catastrófico que possa causar perdas anuais em toda a indústria superiores a US$ 250 bilhões. A S&P calcula que o setor permaneceria capitalizado acima do nível de confiança de 99,99% mesmo após um evento desse porte.
Fonte: NULL