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Crédito emergencial pode piorar situação de empresa atingida pelas enchentes

O financiamento com juros subsidiados pelo governo para as empresas gaúchas via Pronampe já supera o valor de R$1 bilhão nas primeiras semanas desde que começou a entrar em operação no dia 29 de maio.

Ao todo, são R$30 bilhões em crédito e é possível solicitar o equivalente a até 60% do faturamento do ano anterior, com um limite de R$150 mil. Os juros são de Selic + 6%.

Os empreendedores terão 24 meses de carência antes de começar a pagar e possibilidade de parcelar o valor em até 60 vezes. Lançar mão do crédito pode parecer tentador no momento, mas antes de buscar os recursos, as empresas precisam ter um novo plano de negócios para não terem problemas futuros. “Os empresários estão perplexos e desafiados com o tamanho das perdas sofridas. Este momento exige que haja uma análise mais técnica sobre o futuro do negócio do que apenas solicitar um financiamento com juros mais baixos para repor equipamentos”, avalia Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa, associação privada de investidores que atua no Mercado de Capitais promovendo a governança corporativa e defendendo investidores.

Para não dar tiro no pé e acabar tendo o negócio inviabilizado no momento que precisar começar a quitar o empréstimo, o ideal é que o empresário busque estruturar a governança da empresa para formulação de estratégias de recuperação. “A maior parte dos empresários jamais administrou uma crise de tamanha proporção. Os recursos podem ser importantes agora, mas sem que haja um plano de reconstrução, o resultado é apenas um alento momentâneo que resultará em problema futuro”, alerta.

Para auxiliar as empresas neste momento difícil, o IE está ofertando gratuitamente o seu serviço “Conselhos Digitais”. O projeto é voltado para empresas gaúchas de pequeno e médio porte com pelo menos 30 empregados com sede no Rio Grande do Sul.

Os conselheiros atuarão voluntariamente emitindo sua avaliação dos cenários, no reposicionamento e na obtenção de novas receitas e financiamento, e cabe à empresa participante acatar ou não as sugestões. O Conselho é consultivo e não toma decisões, mas realiza o diagnóstico e propõe alternativas, emprestando um olhar externo de apoio.

Os dados da empresa serão enviados digitalmente e em sigilo aos Conselheiros, as reuniões serão virtuais e acontecerão pelo menos uma vez por mês. A iniciativa terá prazo de seis meses, prorrogável por mais seis.

A partir desses prazos, novos ajustes poderão ser acordados, sempre com a participação do Instituto Empresa. O número de reuniões no prazo regular será de uma ou duas vezes por mês, sempre no formato digital. “Acreditamos que o suporte trazido por um conselho consultivo externo, formado por profissionais qualificados para assessorar a tomada de decisão do empresário e da empresa deve auxiliar na preservação de empregos, com a geração de receita e a manutenção da população em suas cidades de origem”, afirma Ricardo Lautert, membro do Fórum de Conselheiros Independentes do Instituto Empresa e coordenador do projeto. Ele conta com mais de 10 anos de experiência em Corporate Finance, em empresas como o grupo RBS, Banco Sicredi e a Gestora Monte Bravo.    

Fonte: NULL

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