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Metaverso é oportunidade para bancos e clientes se aproximarem

O cliente de um banco quer conversar com o seu gerente, os dois se encontram, trocam cumprimentos, discutem ideias de investimento e depois se despedem. Uma situação corriqueira, tirando o fato de que o cliente, depois do encontro, tira seus óculos de realidade virtual e anda alguns passos até o outro cômodo da casa para jantar, porque toda a interação ocorreu dentro do metaverso.

A consultoria Accenture afirma em seu relatório mais recente sobre o setor bancário que as instituições financeiras têm grandes oportunidades a explorar no metaverso, um espaço que, segundo estimativas do Goldman Sachs, poderia chegar a US$ 8 trilhões de mercado total alcançável em oito anos.

Boa parte dessas oportunidades estão relacionadas a aconselhamento e à criação de um relacionamento duradouro com o cliente por meio de uma estratégia fundamentada em quatro pilares: habilitar, engajar, inventar e imaginar. “O metaverso pode ser nossa melhor oportunidade de colocar a humanidade de volta ao sistema bancário. E se você pudesse conversar em VR [realidade virtual] com um cliente em sua sala de estar, como faz o Kookmin Bank? Ou mostrar aos clientes como eles podem adotar sustentabilidade em todos os aspectos de suas vidas, incluindo suas finanças, como o LiveBetter da DBS faz? Ou usar experiências gamificadas para ajudar os clientes jovens a melhorar sua alfabetização financeira, como o Ally Bank faz com seu Fintropolis? O potencial é ilimitado”, descreve o relatório.

Joana Henklein, diretora de estratégia e consultoria em serviços financeiros da Accenture no Brasil, destaca que demorou de 15 a 20 anos para o sistema bancário começar a dar atenção para a internet e que o mesmo ocorreu com os celulares, de modo que é de se esperar algo parecido com o metaverso. “Não acreditamos que deva haver uma explosão do metaverso neste ano, mas a adoção vai, sim, continuar conforme ocorre um amadurecimento da tecnologia”, explica a executiva.

O próprio relatório lembra que poucos pensaram que seria possível reduzir as experiências online dos bancos a um espaço tão pequeno quanto o celular, quando este foi inventado. No entanto, atualmente, o uso dos aplicativos de bancos nos smartphones é extremamente difundido e se tornou uma peça essencial na estratégia de negócios das grandes instituições financeiras. Hoje, alguns dos maiores bancos do mundo têm espaços no metaverso, como o J.P. Morgan, que tem uma agência no Descentraland.

No entanto, Henklein acredita que essas experiências ainda precisam ser ajustadas para fazerem sentido naquele espaço e não serem meramente representações do mundo real em um ambiente virtual. “Analisamos algumas das primeiras experiências de metaverso e vi uma agência bancária em que até a fila estava representada. Tinham até dispensers de álcool em gel no ambiente virtual. É um exemplo caricato, mas é importante para repensar o que é feito atualmente”, comenta.

Para a executiva, é importante notar como o conceito de ativos digitais é natural para as novas gerações, que gastam moedas virtuais em jogos como Roblox sem pensar em criptografia ou no conceito de ter uma segunda vida no mundo virtual enquanto isso.

Assim, ela acredita que um pai poderia levar o filho ao espaço de um banco no metaverso para ensiná-lo sobre educação financeira, da mesma forma como antigamente se levavam os filhos a uma agência para abrir uma caderneta de poupança.

Um ponto importante, contudo, é descobrir como fazer a gestão, inclusive regulatória, desses ativos digitais em um ambiente bancário no metaverso. “Em termos de empréstimos, há casos de propriedades virtuais as quais as pessoas compram com dinheiro real. Então, é possível fazer o empréstimo dessa propriedade. Porém, como fazer a garantia dessa troca? Isso precisa ser discutido. Não há uma resposta única. O tema de empréstimos e seguros no metaverso pode ser explorado.” O importante, na opinião de Henklein, é olhar para as oportunidades e, aos poucos, mostrar com casos de uso concreto o que pode ser feito para o setor financeiro não ficar fora desta inovação. “Como irão gerar valor para os bancos e para o mercado? A partir daí avaliamos os riscos, mas é importante estudar, entender e tomar decisões baseadas no que os casos de uso demonstram.    

Fonte: NULL

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