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Poupança tem primeiro ano de ganho real desde 2018

Em 2022, a poupança teve o primeiro ano de rendimento real desde 2018, após três anos de ganhos abaixo da inflação oficial do país. No ano passado, a aplicação financeira mais popular do país registrou rentabilidade de 2%, já descontado o aumento de preços pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Um levantamento de Einar Rivero, da consultoria TradeMap, mostra que apenas cinco das 13 principais aplicações financeiras do país apresentaram ganho acima da inflação no último ano.

O maior ganho real foi registrado pelo IHFA, que é um índice do mercado financeiro que calcula a média do desempenho dos fundos de investimento multimercado, com alta de 7,45%.

Já a maior perda real foi registrada pelo bitcoin, com uma queda de 68,27% no ano.

A rentabilidade real de um investimento é a variação registrada pela aplicação em determinado período, descontada pela inflação desse intervalo de tempo.

Em 2022, o IPCA, que reflete a inflação oficial do país, teve um avanço de 5,79%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Estamos falando sobre o quanto esse investimento teve de lucro, já descontando a inflação, é o quanto você ganhou de poder de compra com este investimento”, afirma Tiago Feitosa, consultor de valores mobiliários e professor na T2 Educação.

Para explicar, o especialista dá um exemplo: Imagine que um investimento de R$ 1.000,00 rendeu 10%, tendo, então, um novo valor nominal de R$1.100,00.

Se a pessoa que investiu utilizaria esse dinheiro para comprar um bem, é necessário estar atenta, também, à variação do preço do produto. Se o objeto desejado custava R$ 1.100 na data em que o investimento foi feito, com o passar do tempo, até que o prazo do investimento acabasse, o valor do produto poderá ter variado por conta do aumento da inflação.

Assim, mesmo que o investimento tenha entregado uma rentabilidade, ela não foi o suficiente para manter o poder de compra do investidor.

José Eduardo Daronco, analista da Suno Research, explica que é justamente por isso que o investidor deve estar atento ao retorno real dos investimentos, uma vez que é só assim que se conhece a rentabilidade para além da inflação, que corrói o poder de compra da população. “Ao investir, sempre precisamos analisar a rentabilidade real dos investimentos. Ou seja, a rentabilidade depois de superada a inflação. De nada adianta um investimento ter rendido 8% se a inflação foi 10%, no período, por exemplo. Portanto, o investidor deve considerar sempre que o investimento deve superar a inflação e seu retorno deve estar ajustado ao risco dele”, explica.  

Fonte: NULL

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