EconomiaNotícias

Evento discute impacto da bancarização no endividamento do consumidor

A atuação do varejo como instituição financeira não é novidade na economia brasileira. A venda parcelada para consumidores que não podem pagar à vista existe formalmente desde a década de 1950 no País, como uma oficialização da prática que remonta à Revolução Industrial Europeia, quando a relação de confiança entre o comerciante e o proletário era crucial para que, mesmo sem dinheiro na hora compra, as vendas pudessem se consolidar.

Esse sistema foi evoluindo ao longo dos anos e, por conta do avanço tecnológico dos meios de pagamento, as operações financeiras se tornaram peças importantes nas fontes de receita do varejo.

Esse panorama foi o tema da palestra da economista Izis Ferreira, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), nesta quinta-feira, 10, na Rio Innovation Week.

Conforme Izis Ferreira, o pagamento por PIX, QRCode, biometria facial e outras soluções de agilidade e segurança nas transações de e-commerce ampliaram a importância de ter uma instituição financeira que sustente as operações tanto do varejo como da venda de produtos financeiros, como seguros e capitalizações.

Além disso, segundo ela, a intensificação do uso de dados dos clientes permite a análise de crédito mais acurada e eficiente do que as próprias instituições bancárias tradicionais, já que as lojas estão mais próximas do cliente para capturar essas informações.

Fidelização também para operações bancárias

“Varejistas como Lojas Renner, Riachuelo, Ponto Frio, Casas Bahia e Americanas, entre outras tantas, possibilitam que pessoas alijadas do sistema financeiro, que têm ocupações informais ou mesmo não possuem toda a documentação necessária para obter crédito bancário, sejam incluídas no contexto de consumo”, analisa a economista.

De acordo com Izis Ferreira, as lojas passam a se confundir com bancos quando utilizam estratégias de fidelização para gerar compras recorrentes utilizando as soluções financeiras oferecidas pela própria empresa. “A loja está mais próxima do consumidor, ela participa da gestão do dinheiro do cliente e, com isso, a operação financeira se torna a base da integração entre a loja física e o e-commerce”, explica.

A economista da CNC também pontuou que, operando com crédito próprio, as varejistas têm mais rapidez na análise de capacidade de pagamento de cada um dos consumidores, o que proporciona mais eficiência em datas comemorativas, que são os momentos de pico de vendas.

Além disso, com o histórico financeiro dos clientes, é possível desenhar mais positivamente os cenários possíveis em curto, médio e longo prazo. “As grandes varejistas que têm market places também conseguem oferecer crédito aos fornecedores e, com isso, obtêm ainda mais informações sobre o que se vende nas plataformas”, ressalta.  

Fonte: NULL

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?