Selic a 13,75%: veja como ficam os investimentos
A nova alta da taxa básica de juros vai encarecer o crédito, mas também representa oportunidade para investimentos, uma vez que diversas aplicações em renda fixa passarão a oferecer retornos maiores.
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (3) elevar a Selic de 13,25% para 13,75% ao ano, no 12º aumento consecutivo na taxa básica de juros da economia.
A elevação dos juros em mais 0,5 ponto percentual irá aumentar os rendimentos de investimentos que acompanham a Selic como CDBs (Certificado de Depósito Bancário), títulos privados e do Tesouro Direito, superando de longe o retorno oferecido pela tradicional caderneta de poupança.
Líder em ranking mundial de juros reais, Brasil tem mais do dobro da taxa do 2º colocado.
Comparativo de investimentos
Simulações do buscador de investimentos Yubb mostram que, com a Selic a 13,75%, diversos investimentos em renda fixa ficarão mais atrativos, com uma rentabilidade líquida (descontada a inflação projetada e o imposto de renda) de até mais de 7% para o período de 12 meses.
Entre as modalidades com maior retorno projetado estão as debêntures incentivadas, que são títulos emitidos por empresas para financiar seus projetos e operações, LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio). Todas essas aplicações são isentas do pagamento de imposto de renda (IR).
A maior rentabilidade líquida projetada para os investimentos em renda fixa também é beneficiada pela redução da estimativa de inflação para o ano.
Pesquisa Focus divulgada nesta semana pelo Banco Central mostrou que o IPCA projetado pelo mercado financeiro para 2022 caiu para 7,15%, ante quase 9% no início de junho. Com a Selic a 13,75% e a perspectiva de desaceleração da inflação, o retorno líquido real (o ganho acima da inflação) esperado para uma aplicação no Tesouro Selic, por exemplo, é de 3,52% para o período de 12 meses mais que o dobro do que era projetado na simulação feita pela Yubb quando a taxa de juros foi elevada para 13,25% ao ano.
Já para os investimentos em CDB, a rentabilidade média projetada é de 0,97% em 12 meses para aplicações em títulos de bancos grandes e de 5,05% em bancos médios, já descontada a inflação e o IR.
Para Bernardo Pascowitch, CEO e fundador do Yubb, o momento atual continua sendo favorável para os títulos de renda fixa em razão dos juros elevados e da inflação ainda persistente. “O investidor mais conservador pode optar pelos títulos pós-fixados; investidores mais experientes podem optar também pelos títulos prefixados”, diz.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, recomenda cautela em relação aos títulos ligados ao IPCA. “São ativos que estão com uma volatilidade implícita muito elevada e quanto mais a inflação reduzir, mais essa volatilidade vai aumentar, o que pode assustar muito os investidores”, diz.
Investimentos mais buscados
Segundo o levantamento do Yubb, os investimentos em renda fixa foram os mais buscados no mercado financeiro neste início de mês. Os CDBs, que contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para aplicações de até R$ 250 mil, foram as opções mais procuradas pelos investidores no mês de julho.
Fonte: NULL