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Após efeito pandemia, sinistralidade volta a crescer

Após a expressiva queda na sinistralidade em 2020, influenciada pela drástica redução da mobilidade no início da pandemia da covid-19, o desembolso das seguradoras com o pagamento de indenizações e benefícios voltou a crescer em 2021.

Esse comportamento, contudo, foi heterogêneo entre os produtos do setor de seguros, segundo Marcio Coriolano, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).

Dados da entidade que consideram a saúde suplementar mostram que a sinistralidade agregada no ano passado fechou em 78,2% acima dos 69% nos doze meses encerrados em setembro de 2020, e muito maior do que os 40,6% registrados em julho de 2020, o patamar mais baixo observado nos últimos dez anos.

A partir de então, a sinistralidade agregada voltou a crescer, acompanhando a retomada da mobilidade urbana. No início da pandemia, foi possível observar significativa correlação (88,6%) entre a sinistralidade do seguro auto e a mobilidade urbana, aponta a Austral Re em estudo.

Segundo a companhia, a sinistralidade só no segmento automóveis naquele início da pandemia caiu 18 pontos percentuais, reflexo da redução de 50 pontos percentuais na mobilidade urbana. “Com a pandemia, período em que a circulação de automóveis diminuiu bastante, chegou a ficar pouco abaixo de 54%. Mas fechou em 63,1% em 2021, no centro da banda histórica”, explica Coriolano.

Esse movimento foi observado em praticamente todas as companhias seguradoras, que viram a sinistralidade de seguro automóvel crescer com a volta da mobilidade. É o caso da Seguros SURA, onde a taxa para frotas de veículos (automóveis e caminhões) pulou de 60% para 73% nos últimos dois anos. “Isso foi pesado para nós. Primeiro, pelo perfil da carteira, que tem riscos mais altos. Depois, pelos altos custos. Não só dos veículos novos, mas também dos usados, que valorizaram excessivamente, além do aumento dos preços de peças e da mão-de-obra”, explica Eduardo Guedes, vice-presidente de tecnologia e operações da SURA.

No segmento de pessoas, a tendência de queda observada na sinistralidade do seguro de vida, de 49,8% em 2012 para 35,1% em 2020, foi interrompida pelos impactos da pandemia, ainda segundo a CNseg. “Desde então, a sinistralidade subiu ininterruptamente até atingir 49,3% nos doze meses encerrados em setembro de 2021, com um leve recuo para 47,5% em dezembro desse ano”, explica o presidente da entidade.

“A covid impactou todas as seguradoras. A SURA, que foi a primeira a aceitar pagar e indenizar para essa doença pandêmica, já em março de 2020, amargou um impacto adicional negativo de R$ 13 milhões em seu caixa com a explosão de óbitos em 2021”, diz Guedes.

O resultado poderia ter sido pior se a carteira de seguro de vida da companhia fosse maior do que os 12% atuais no portfólio. Já os seguros massificados tiveram sinistralidade mais elevada no período de 12 meses encerrados em outubro de 2014 (44,2%).

A partir de então, houve um recuo até o nível mais baixo (31,4%) em outubro de 2018. Daí em diante, o aumento foi praticamente contínuo até a taxa de 41,5% em 2021. “Alguns produtos tiveram um aumento recente, inclusive superando níveis históricos em sua sinistralidade, muito em função da pandemia, como o de vida e prestamista, ou por causa de efeitos climáticos, como o rural. Outros, como o seguro automóvel, tiveram alta recente, mas não chegaram a níveis elevados se com comparado ao observado nos últimos dez anos”, acrescenta Coriolano.

Os dados da CNseg mostram ainda que a sinistralidade do seguro rural oscilou sem uma tendência definida ao longo dos últimos dez anos, mas recentemente esse padrão foi rompido e ela apresentou forte crescimento, passando de 49,7% em abril de 2021 para 86,1% ao final daquele ano. O seguro viagem apresenta tendência clara de alta de sinistralidade ao longo dos anos. Saiu de 14,9% em 2012 para 71,1% em 2019, não caiu na pandemia e encerrou 2021 em 60,3%.  

Fonte: NULL

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