Mercado segurador avançou dez anos em um ano de pandemia
Se antes da pandemia as empresas ainda estavam muito reticentes em relação ao uso de tecnologia, a nova realidade fez com que as seguradoras se vissem obrigadas, de uma hora para a outra, a tornar suas operações totalmente digitais. As pessoas tinham o mercado segurador como algo velho e ultrapassado e em cinco dias estávamos todos operando online, prontos para atender nossos segurados. Podemos dizer que em um mês evoluímos 10 anos, afirmou o presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros, Marco Antônio Gonçalves, durante a Maratona de Inovação em Seguros, promovido pelo JRS.
Para ele, as evoluções vieram trazer mais qualidade e segurança para o cliente final.
Na avaliação do CEO da BI.nsurance, Luís Henrique Forster, a percepção de necessidade da população também mudou com a pandemia. Antes tínhamos foco em seguros tradicionais com pouca percepção de valor deste tipo de produtos, crescimento lento de inovação e novos produtos. Houve uma maior consciência das pessoas em relação a proteção e o consequente crescimento de linhas não tradicionais de seguros, destacou.
Forster salientou os movimentos e soluções em saúde como os principais produtos que se modificaram neste período para atender às demandas das pessoas.
O Diretor de Vendas de Seguro da Omint, José Florippes, lembrou ainda que a mudança de mentalidade da população foi fundamental para este momento que estamos vivenciando. Passamos a ver o seguro como uma proteção e proteção é fundamental, disse.
No entanto, um ponto importante foi também o fato das seguradoras entenderem este novo momento e passarem a buscar soluções que fossem ao encontro das expectativas dos clientes.
O pagamento de sinistro no vida e saúde mesmo com a pandemia foi um movimento natural do mercado por entender que era preciso estar ao lado das pessoas. As seguradoras fizeram a parte delas e difundiram dentro do mercado que a população pode contar com elas. O brasileiro consumia de forma muito automática auto, previdência e saúde, mas tinha pouca difusão de seguros de pessoas e esta tendência mudou no último ano, avaliou o CEO da Previsul Seguradora, Renato Pedroso.
Na opinião de Gonçalves, a sociedade demandou algumas mudanças que foram acatadas pelas seguradoras e geraram novos produtos que atendem melhor às demandas atuais. Não temos que olhar apenas a sinistralidade. Temos que olhar o seguro que atenda a demanda das pessoas, pois daí ampliamos o mercado, salientou.
A maior possibilidade de customização deve ser um movimento que veio para ficar no mercado segurador. Para isso é fundamental que as empresas tenham uma equipe de análise de dados. A seguradoras tem muitos dados na mão que mostram hábitos de consumo, potencial de compra das pessoas e dão caminhos para onde seguir na criação de produtos. A análise dos dados vai permitir que o mercado cresça de forma mais ordenada e barata, apontou Forster.
Neste período de tantas incertezas, pelo menos uma certeza se confirmou: a importância do corretor de seguros neste processo. O corretor tem papel fundamental porque muitas vezes a pessoa identifica a necessidade na vida dela, mas não sabe o momento de contratar, não sabe que produtos buscar e aí entra o papel do corretor. Ele é um grande tradutor e apoiador da melhor opção do mercado para o cliente, explicou Pedroso.
A rápida adaptação ao uso da tecnologia pelo mercado segurador também favoreceu a relação do corretor com seus clientes e aumentou a transparência das operações. As seguradoras estão desenvolvendo sistemas que fizeram com que a tecnologia passasse a ser o grande aliado do corretor e não o detrator e este modelo foi testado agora na pandemia, afirmou Gonçalves.
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