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Prévia da inflação oficial fica em 0,02%

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,02% em junho, segundo divulgou nesta quinta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com a queda dos preços de combustíveis e passagens aéreas ajudando a segurar a inflação e a compensar a alta dos alimentos.

Trata-se da menor taxa para junho desde 2006, quando houve deflação de -0,15%.

Em maio, o indicador – que é considerado uma prévia da inflação oficial do país – havia registrado deflação histórica de 0,59%. Em abril, o índice registrou queda de 0,01%.

Em 12 meses, o IPCA-15 alcançou 1,92%, abaixo dos 1,96% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. No ano, acumula alta de 0,37%.

O resultado veio um pouco acima das expectativas. Pesquisa da Reuters com economistas estimava queda de 0,08% em junho.

Com o resultado, o IPCA-E (IPCA-15 acumulado trimestralmente) ficou em -0,58%, menor taxa nesse indicador desde setembro de 1998, evidenciado a baixa demanda e a fraqueza da economia em meio a pandemia de coronavírus.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram deflação em maio, com destaque para o grupo Transportes (-0,71%) e o item passagens aéreas (-26,08%).

No lado das altas, os preços de Alimentação e bebidas (0,47%) continuaram em trajetória de alta, acumulando avanço de 7,58% em 12 meses.

Entre os alimentos, as maiores altas foram verificadas nos preços da batata-inglesa (16,84%), carnes (1,08%), cebola (14,05%) e feijão-carioca (9,38%). Já os destaques em queda foram do tomate (-12,36%), da cenoura (-12,05%) e frutas (-0,80%).

A alimentação no domicílio avançou 0,56%, enquanto que alimentação fora do domicílio acelerou para 0,26%, especialmente por conta do item lanche (0,82%).

O maior avanço no mês, porém, foi no grupo de Artigos de residência (1,36%), pressionado pelas altas dos itens de tv, som e informática (5,29%) e eletrodomésticos (3,36%)

Veja o resultado para cada um dos grupos pesquisados pelo IBGE:

Alimentação e bebidas: 0,47%
Habitação: -0,07%
Artigos de residência: 1,36%
Vestuário: -0,15%
Transportes: -0,71%
Saúde e cuidados pessoais: -0,01%
Despesas pessoais: -0,03%
Educação: 0,03%
Comunicação: 0,66%

Ainda no grupo dos Transportes, os combustíveis (-0,34%) caíram pelo quarto mês seguido, acumulando baixa de 4,55% em 12 meses.

A gasolina caiu 0,17% em junho, após ter registrado deflação de 8,51% em maio. Também houve recuo nos preços o óleo diesel (-4,39%) e o etanol (-0,49%), enquanto o gás veicular teve alta de 0,84%.

No grupo Habitação, a energia elétrica (-0,48%) teve o maior impacto negativo no índice, já que permanece em vigor até o fim do ano a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional nas contas de luz.

Rio registra maior inflação em junho
Quatro das 11 regiões pesquisadas apresentaram deflação em junho. O maior índice foi observado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,27%), principalmente por conta da alta nos alimentos, como as carnes (4,35%) e a batata-inglesa (24,71%), segundo o IBGE.

Já o menor resultado foi registrado na região metropolitana de Belém (-0,20%), por conta do recuo nos preços das passagens aéreas (-34,37%).

Perspectivas e meta de inflação
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central do governo para o IPCA, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% neste ano.

Segundo o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, os analistas do mercado financeiro estima uma inflação de 1,61% em 2020.

Se a previsão for confirmada, será o menor patamar da inflação desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BGE), em 1995. O menor nível já registrado foi em 1998 (1,65%).

Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 2,25% – mínima histórica.

Fonte: NULL

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