Roubo de cargas: 86% dos casos acontecem nas periferias
O G1 relata que o roubo de cargas no estado de São Paulo acontece em 86% dos casos nas periferias das grandes cidades e os produtos mais visados são os de menor valor. É o que revelou um estudo que analisou 17 mil boletins de ocorrência feitos nos últimos dois anos em São Paulo.
No país, entre os produtos preferidos dos ladrões estão alimentos, eletrodomésticos e remédios. A Região Sudeste concentra a grande maioria dos roubos de cargas no Brasil.
Os roubos de cargas valiosas são minoria. Os roubos de menor valor são mais fáceis de “escoar”, de acordo com o professor e coordenador do núcleo de pesquisa da Fecap (Fundação Álvares Penteado), Erivaldo Vieira.
As ocorrências, porém, diminuíram de 2017 para o ano passado. Apesar disso, o número ainda é alto e quem paga a conta é o consumidor.
“Os custos na cadeia produtiva como um todo aumentam por causa do aumento no preço dos seguros e dos prejuízos que eventualmente também tenham”, explica Vieira.
Tecnologia é aliada
Uma carga de amortecedores para carros avaliada em R$ 1 milhão foi escondida em um galpão na Grande São Paulo. A polícia chegou até o local pelo sinal do rastreador do caminhão e prendeu onze pessoas. Em seguida, a quadrilha libertou o motorista e o ajudante que eram mantidos reféns por mais de dez horas.
Só a escolta já não adiantava e a tecnologia virou aliada contra o crime. Em uma empresa que monitora mais de 20 mil caminhões e cargas ao mesmo tempo, basta um sensor dar o alerta ou parar de funcionar e o plano se segurança é acionado.
“Você entra com toda a parte da tecnologia, da inteligência para propiciar que as autoridades possam fazer o seu trabalho, que é o quê? Recuperar as cargas e fazer a apreensão dos miliantes”, diz o diretor comercial Rodrigo Abbud.
Nem sempre é roubo mesmo. Caminhões que saíram de Americana, no interior de São Paulo, e deveriam levar toneladas de alumínio avaliadas em quase R$ 800 mil até o interior da Bahia tiveram a carga desviada por dois motoristas.
“Nós damos o nome de chave na mão porque o motorista que entrega a carga para o receptador”, explica o delegado da 3ª Delegacia de Investigações contra Desmanches Ilegais (Divecar), Eduardo Cardoso de Almeida Castanheira.
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