Aportes na previdência privada via cartão de crédito
O Globo relata que o debate sobre a reforma da Previdência levou aos brasileiros a preocupação com poupar para garantir uma renda extra depois da aposentadoria. No entanto, as pessoas costumam apontar como entrave para investir a falta de tempo de ir até o banco ou a pouca disciplina para separar recursos mensalmente. Nesse cenário, começam a surgir planos de previdência privada que permitem fazer os aportes pelo cartão de crédito.
A Ciclic, start-up cujo maior acionista é a BB Seguros, começou a vender planos de Previdência nesta modalidade há dois meses. A contratação é totalmente on-line, e o investidor pode escolher a melhor forma de pagamento: por boleto bancário ou pela fatura do cartão.
A operadora de caixa Maria de Fátima Mesquita decidiu, há um mês, contratar o plano com pagamento pelo cartão. Ela explica que optou por essa modalidade por conta da praticidade e para não esquecer de fazer os aportes:
– Escolhi este plano pelo cartão porque é muito mais prático. Não preciso me preocupar em pagar um boleto à parte, concentro tudo na fatura do meu cartão, além de acompanhar todo o investimento por meio do aplicativo no celular.
Raphael Swierczynski, presidente executivo da Ciclic, destaca que o cliente não precisa ter cartão de uma bandeira específica e que as taxas das operadoras não são repassadas aos clientes. Não há valor mínimo para a aplicação.
– É possível contratar o plano com MasterCard, Visa, Elo, entre outros. Além disso, não repassamos as cobranças das administradoras de cartão aos clientes. Nossa taxa de administração no plano de previdência é de 2% ao ano, mas, se o cliente optar por pagamento em cartão, o percentual cai para 1,5%explica Swierczynski.
A Ciclic não cobra taxa de entrada ou saída dos planos de previdência e oferece a modalidade VGBL.
A oferta não se restringe a empresas on-line. A Marisa, varejista de moda feminina, também comercializa planos de previdência privada cujos aportes são feitos pelo cartão de crédito da rede. A contratação, porém, é presencial.
Pede-se obter um VGBL em todas as 358 lojas da rede. Há duas opções de investimento mensal: R$ 70 ou R$ 100.0 valor escolhido é debitado diretamente no cartão. Não é cobrada taxa de entrada. A taxa de administração, no entanto, é de 2% ao ano, e a cobrança no momento da saída varia conforme o tempo de permanência do cliente no plano. Se for superior a quatro anos, a taxa é zero.
O assistente social Ualace Mariano, de 32 anos, também optou pelo plano de previdência no cartão de crédito. Seu objetivo, porém, não é poupar para a aposentadoria. Ele contratou dois planos para os filhos, um de 2 anos e um que vai nascer em outubro.
– Optei por essa modalidade de cobrança por conta da falta de tempo para ir a bancos e também porque a despesa já vem lançada na fatura do cartão. Se fosse pagar em boleto, caso em algum mês a situação apertasse, seria possível não efetuar o pagamento. A cobrança no cartão ajuda a manter os aportes mensais – diz Mariano.
A previdência privada é considerada um bom investimento por causa da disciplina, ponderam especialistas. Outro atrativo é a portabilidade.
– Esse investimento exige bastante disciplina, principalmente quando é no cartão ou em débito em conta. É mais difícil que a pessoa deixe de contribuir. Além disso, a possibilidade de migrar de um fundo para outro é uma vantagem – diz Virgínia Prestes, professora de Finanças da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).
Outra vantagem, ressalta, é que em planos de previdência complementar não há incidência de ‘come-cotas’ (recolhimento semestral de Imposto de Renda sobre rendimentos do fundo).
E, para quem deseja a praticidade da contratação digital, mas sem atrelar o plano ao cartão, algumas corretoras oferecem a abertura online com débito em conta corrente e até boleto.
Na corretora Warren, por exemplo, o investidor abre a conta digitalmente e opta por aportes mensais por débito em conta ou pelo boleto. Não é cobrada taxa de entrada ou saída. Mas há a taxa de administração, de 0,5% ao ano.
Fonte: NULL