DiversosNotícias

Versão revisada do Orçamento de 2018 deve ser enviada até sexta

A equipe econômica trabalha para enviar até sexta-feira a versão revisada do Orçamento de 2018. Uma das questões ainda a serem definidas é se o governo vai alterar seus parâmetros econômicos, o que afeta principalmente o cenário de receitas, embora também haja impactos na despesa.

Nos bastidores, alinhados ao que já acontece no mercado financeiro, os técnicos da área econômica enxergam números melhores para a economia neste e no próximo ano. O próprio ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem feito um discurso bem mais otimista sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Na semana em que o governo enviou o Orçamento, no fim de agosto, o mercado trabalhava com um cenário de 0,39% de expansão em 2017 e 2% em 2018. O governo incorporou uma projeção de 0,5% para este ano e ficou igual ao mercado para 2018.

Agora, o mercado espera expansão de 0,7% para o PIB deste ano e 2,5% para o ano. Um aumento de 0,5 ponto no PIB previsto apontaria um acréscimo próximo a R$ 10 bilhões de receita líquida, comentam algumas fontes, o que é mais do que o governo prevê arrecadar com as iniciativas tributárias anunciadas em agosto.

Na equipe econômica, os números de PIB são revisados constantemente, embora não se tornem públicos. Algumas projeções apontavam para alta de 0,7% neste ano e 2,4% no ano que vem, mas ainda não eram os números definitivos. Meirelles já apontou cenários de crescimento próximo de 3%. “O importante é incorporar um cenário realista”, comentou uma fonte.

Há de fato uma grande dispersão nas projeções do mercado e dos analistas do governo, fato decorrente não só da incerteza natural que existe ao se projetar o PIB, mas também de questões como o momento de indicadores ainda contraditórios sobre o real nível de atividade e o impacto da incerteza política decorrente do ano eleitoral nos investimentos e no próprio comportamento dos consumidores, ainda que o juro baixo seja um fator importante de impulso.

Além do crescimento, outros parâmetros econômicos podem ser revistos e pesar contra uma maior arrecadação. É o caso da inflação. O mercado, antes do envio do Orçamento, projetava 4,2% para o IPCA do ano que vem e agora prevê 4%. A inflação em queda tem sido um fator negativo para o desempenho das receitas do governo. Mas no geral, a incorporação de parâmetros mais favoráveis ajudaria o governo no fechamento das contas e poderia colocar menor dependência de algumas medidas, que precisam do Congresso.

Enquanto discute se revisará as projeções, o que é certo é que a peça orçamentária revisada trará a meta fiscal de R$ R$ 159 bilhões de Déficit primário, aprovada pelo Congresso só depois do envio do texto, e que continha Déficit de R$ 129 bilhões.

A proposta original do Orçamento também não considerou, nas projeções de receita, medidas como a mudança na tributação de fundos exclusivos e a elevação da alíquota previdenciária dos servidores federais, de 11% para 14%, além do adiamento do reajuste dos servidores previsto para 2018. Essas medidas ainda não foram enviadas. O governo espera a votação da denúncia contra Temer, prevista para ocorrer amanhã.

Fonte: Valor

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?