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BC assegura que bancos estão prontos para financiar retomada

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que depois de dois anos de recessão o país “aparentemente” vive um cenário de estabilização na economia, com perspectivas de uma retomada gradual na atividade. E, caso isso se confirme, assegurou ele, o sistema financeiro está preparado para financiar esse processo.

— Evidências sobre a recuperação e o seu ritmo poderão ficar mais claras ao longo dos próximos meses. O sistema encontra-se pronto para atender a demanda por crédito na retomada do crescimento econômico — disse Ilan, em discurso na abertura do XII Seminário Anual sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, promovido pelo BC.

Segundo ele, o aprofundamento da crise econômica nos últimos dois anos serviu como um teste de estresse, que teve como consequências o aumento da inadimplência e das margens das instituições financeiras. Mas o sistema financeiro não “realimentou a crise”, e sua resiliência contribuiu como “amortecedor”.

Em sua avaliação, o redirecionamento da política econômica, promovido pelo atual governo há pouco mais de um ano, começa a dar resultados importantes, como a expansão de 1% da economia no primeiro trimestre em relação ao último trimestre de 2016.

— É uma taxa de crescimento forte, refletindo o desempenho muito bom da atividade agrícola. Lembro que não apenas esses setor, mas também indústria e serviços mostraram sinais de recuperação — disse ele, citando em seguida a expansão de 4,8% das exportações como impulso complementar à expansão no período.

Ilan destacou ainda que as expectativas de inflação “ancoradas em torno da meta” abre caminho para quedas adicionais na taxa básica de juros (Selic). Mas ressaltou a necessidade de se “continuar nos esforços de reduzir a taxa de juros estrutural da economia, e o BC tem dado sua contribuição” na condução da política monetária e também com a ampliação dos mecanismos de estabilidade financeira.

Esforço esse que, segundo ele, não pode prescindir da aprovação e implementação das reformas estruturais como a da Previdêcia.

— Nesse sentido, a aprovação e a implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal e creditícia, e de ajustes na economia brasileira que garantam o equilíbrio das contas públicas, são fundamentais para a sustentabilidade da desinflação e para a garantia de um ambiente estável que estimule o crescimento econômico — acrescentou.

Dentro da agenda de ajuste fiscal, Ilan destacou a importância da redução de subsídios, como os proporcionados pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que remunerá os empréstimos do BNDES e que o governo quer substituir pela TLP (Taxa de Longo Prazo).

— A TLP aproxima as taxas de empréstimos de longo prazo do custo de oportunidade do Tesouro Nacional. Dessa forma, haveria menor custo fiscal nas taxas desses empréstimos, além de maior transparência e previsibilidade na concessão de possíveis subsídios — disse, para concluir. — A TLP não implica, necessariamente, o fim dos subsídios, mas apenas a explicitação destes no orçamento, aumentando a transparência das contas públicas.

Fonte: O Globo

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