Crise traz incerteza, diz diretor do Banco Central
Na tentativa de explicar a investidores e analistas econômicos o que ocorre ultimamente no Brasil, o diretor da área internacional do Banco Central, Tiago Berriel, admitiu ontem que a crise política trouxe incerteza elevada quanto à velocidade do processo de reformas e ajustes na economia brasileira. No entanto, falou que o BC tomou uma “ação firme” para manter a funcionalidade total dos mercados, principalmente na área cambial.
Em reunião em Londres, ele detalhou os mecanismos usados para suprir a corrida ao dólar e tudo que foi feito para fornecer liquidez. Disse ainda que BC e Tesouro Nacional têm várias ferramentas em mãos: – Essas ações foram bemsucedidas no restabelecimento da antiga estabilidade ao mercado doméstico.
Berriel falou sobre os riscos que o Comitê de Política Monetária (Copom) enxerga com a crise política. Com uma recuperação mais lenta, a inflação continuará controlada. Mas a turbulência pode afetar o dólar e fazer com que a queda dos juros não seja tão ampla quanto esperado anteriormente.
– Em geral, as projeções condicionais do Copom atuais envolvem maior incerteza.
Ressaltou que, hoje, a economia brasileira mostra maior capacidade para responder a choques internos e externos por ter um grande volume de reservas em moeda internacional e que a inflação está controlada, e as expectativas, ancoradas.
Fonte: O Globo