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Desafios para o país crescer (Editorial)

Passado um ano à frente do governo, Michel Temer tem urgentes desafios pela frente. O maior: trilhar o caminho do crescimento e, com ele, reduzir a taxa de desemprego que assombra o país. São nada menos que 14,2 milhões de pessoas em busca de colocação no mercado de trabalho. No período, o abismo se aprofundou. Perderam-se, somente em março, 63,6 mil vagas com carteira assinada.

Correção de rumos tem sido feita e conquistas amealhadas. A mais substantiva, sem dúvida, foi a vitória sobre a inflação. Em maio de 2016, o índice bateu em 9,32%. Agora está em 4,08%. O êxito se deve sobretudo a dois fatores. De um lado, às acertadas medidas do Banco Central. De outro, à recessão, que reduziu a demanda e, em consequência, a pressão sobre preços de bens e serviços.

A redução dos juros também deve ser lembrada. Em um ano, a Taxa Selic passou de 14,25% para 11,25%. Embora permaneça no indesejável pódio de campeão mundial, o Brasil segue curva descendente, que deve se acentuar por causa da timidez da recuperação econômica. Uma pedra, porém, permanece no caminho – o preço do dinheiro inibe até a mais ousada tentativa de busca de crédito.

Apesar da baixa popularidade do presidente, iniciativas importantes para pôr o país nos trilhos obtiveram o indispensável apoio do Congresso. É o caso da aprovação do limite para os gastos federais, que põe freio nos delírios faraônicos de inquilinos do Planalto. É o caso, também, dos passos decisivos na modernização das relações de trabalho. Finalmente, o Brasil entra no século 21, trazendo para a contemporaneidade a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), herança varguista inspirada na Carta del Lavoro, de 1943.

Outra medida indispensável avança duramente. Embora sofra pressão de diferentes setores, e o texto original tenha passado por consideráveis mudanças, a reforma da Previdência foi aprovada na comissão especial da Câmara. Vai, agora, à votação em dois turnos no plenário. Depois de duas rodadas na Casa do Povo, irá para o crivo do Senado. Espera-se celeridade na tramitação da matéria a fim de que se abra o caminho para a necessária e urgente mudança no quadro fiscal do país.

O atraso é de anos. Mas a hora é agora. O Brasil precisa crescer com sustentabilidade para criar riqueza, democratizar o conhecimento e ingressar no clube das nações desenvolvidas. Voos de galinha fizeram a festa de governantes demagógicos, cujo olhar não vai além da próxima eleição. O vaivém mereceu capas da Economist. Em 2009, “O Brasil decola” foi a manchete da revista britânica com a imagem do Cristo Redentor subindo como foguete. Seis anos depois, a manchete dá uma guinada de 180 graus: “Queda do Brasil”. A realidade pra inglês ver deve ficar enterrada na poeira do passado. É necessário fazer a leitura correta do tempo. Dar celeridade às reformas modernizadoras deixou de ser escolha. Tornou-se imposição.

Fonte: Correio Braziliense

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