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Empresas da AL são as menos preparadas contra risco cibernético

As empresas latino-americanas são as menos preparadas do mundo para enfrentar os riscos cibernéticos, de acordo com estudo bianual de riscos divulgada pela corretora Aon.

De acordo com o estudo, os riscos cyber ocupam apenas a 18ª colocação entre as preocupações das empresas da região, enquanto que em todo o mundo eles já estão no 5º lugar.

Apenas 38% das empresas latino-americanas pesquisas afirmaram realizar avaliações sobre suas exposições ao risco cibernético, contra 53% da média global, e só 9% possuem apólices de seguro cibernético, comparado com 33% em todo o mundo e 68% nos Estados Unidos.

Mais preocupante, talvez, seja o fato de que 71% das empresas consultadas pela Aon afirmaram que não têm nem planos de adquirir algum tipo de cobertura para transferir seus riscos cibernéticos para o mercado de seguros.

As conclusões fazem parte da Pesquisa Global da Gestão de Riscos, que é realizada a cada dois anos pela Aon. A estudo foi divulgado ao mesmo tempo em que a RIMS, associação de gestão de riscos dos Estados Unidos, realiza seu encontro anual, em Filadélfia.

A pesquisa foi feita com responsáveis por decisões sobre gestão de riscos em 1.843 empresas, 10% das quais estão sediadas na América Latina.

O estudo mostra uma crescente evolução com os riscos cibernético entre as empresas globais. Em 2015, eles ocupavam a 9ª colocação no ranking de principais. Em 2013, apenas a 18ª colocação.
Reputação

A principal fonte de preocupação para as empresas hoje em dia é o risco para suas reputações, de acordo com a Aon.

A alta prioridade reflete a realidade de que a imagem de uma empresa pode ir por água abaixo em questão de horas graças às redes sociais e a rapidez com que as informações fluem na internet.

Um exemplo recente foi o desgaste sofrido pela United Airlines, nos Estados Unidos, depois que membros da tripulação de um voo da empresa foram filmados agredindo um passageiro para retirá-lo de um avião onde havia overbooking.

Os casos da Samsung, com os explosivos telefones Note 7, e da Volkswagen, com a falsificação de testes de poluição, constituem outros exemplos notórios.

No Brasil, há o exemplo extremo da Odebrecht, cuja marca virou sinônimo de corrupção. Mas também outros casos de danos reputacionais como os sofridos pela BRF e a JBS após o envolvimento de ambas nas investigações da Operação Carne Fraca. Não por acaso, foi também o risco mais citado pelas empresas latino-americanas.

Segundo a Aon, a relevância dos riscos à reputação e os cibernéticos mostra o alto nível de interligação entre vários dos principais riscos enfrentados pelas empresas.
O top 10

O segundo lugar no ranking global de riscos ficou para a difícil situação da economia, uma preocupação que as empresas latino-americanas, e especialmente as brasileiras, certamente compartilham. Foi o terceiro risco mais citado pelas empresas da região.

Em seguida veio o aumento da competição em seus setores de atividade, algo que parece não preocupar tanto as empresas latino-americanas, que colocaram este fator apenas na 12ª colocação.

O quarto principal risco foi o de mudanças regulatórias ou legislativas (quinto lugar na América Latina), seguido pelos riscos cyber.

A dificuldade de inovar e satisfazer às necessidades dos consumidores vêm em sexto lugar, e neste item há outra forte discrepância com as prioridades das empresas da América Latina, que o colocam em um distante 22º lugar no ranking de riscos.

As empresas globais também estão preocupadas com a dificuldade em atrair e reter talentos, que ficou em sétimo lugar no levantamento. As empresas latino-americanas, nem tanto, já que ranquearam este item como 16ª maior preocupação.

Por outro lado, os respondentes latino-americanos disseram que a interrupção de negócios constitui o segundo principal risco enfrentado por suas empresas, enquanto este tema ficou no oitavo posto no ranking global.

Um dos itens que mais ganharam posições no ranking nos últimos dois anos foi o dos riscos políticos, que pularam da 15ª para a nona colocação.

Segundo a Aon, isso se deve a um aumento da incerteza política nos países desenvolvidos. Na América Latina, os riscos políticos ficaram no quinto lugar.

O ranking global é fechado pela responsabilidade das empresas com terceiros, incluindo as apólices de E&O (erros e omissões), quarto principal risco na América Latina.

Fonte: Risco Seguro Brasil

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