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Reformas ineficazes levarão país ao precipício, diz ex-diretor do BC

“Os próximos 20, 30 dias serão um divisor de águas para os próximos anos no Brasil. Ou escolhemos o bom caminho, ou o precipício”, diz Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central.

A economia poderá crescer acima de 3% em 2018 caso o governo consiga que a reforma aprovada seja 60% a 70% da proposta original, sem excluir pontos como a idade mínima de 65 anos para aposentadoria, afirma.

“Sem a reforma, a Previdência hoje custa 8% do PIB. Em 2060, essa porcentagem irá para 19%.”

Figueiredo diz também que, caso as medidas não sejam aprovadas de forma bem-sucedida, os políticos eleitos em 2018 “serão engolidos pelo processo de piora, como a presidente Dilma.”

“Ou resolvemos o problema fiscal, que ê insustentável, ou teremos uma descontinuidade. O país não consegue se endividar muito mais”, afirma o executivo.

Reforma da Previdência

Este ê um dos momentos mais importantes da nossa história porque a situação de hoje ê a de um país quebrado, só que com um bom horizonte, que são as reformas.

Não dá mais para brincar. Nos últimos dez anos, a relação entre dívida e PIB cresceu de forma brutal, mais de 10, 15 pontos percentuais.

Para que a reforma não seja uma “meia-sola”, ê preciso que permaneça ao menos 60% ou 70% da proposta original.

Isso quer dizer que [ê preciso incluir] quase obrigatoriamente a idade mínima de 65 anos para os homens e perto disso para mulheres, além de outros pontos.

Com uma boa reforma, melhora muito o problema, e se houver aumento de imposto, será uma coisa muito marginal. Teremos mais crescimento e mais emprego, em uma economia mais produtiva.

Se tivermos uma má reforma, a alta de imposto terá de ser muito maior. E quem mais sofre ê a classe mais pobre.

Diante de alguns gastos que crescem sem parar, você comprime outros e vai ter de aumentar muito tributo, o que torna a economia menos eficiente. É uma espiral da qual não se consegue sair.

É pior do que mediocrizar a economia, ê levá-la a uma situação de total desequilíbrio estrutural, sem solução, porque a reforma da Previdência já terá ocorrido, e ela ê o grande problema, com gastos que crescem muito rápido.

Sem reforma, anualmente, teremos um crescimento nas despesas de R$ 100 bilhões, a partir deste ano. Não dá mais para ser gradualista.

Fonte: Folha de São Paulo

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