Tesouro Direto terá aplicativo e horário ampliado de resgate
O Tesouro Direto, programa do governo federal que permite que pessoas físicas comprem títulos públicos por meio da internet, bancos ou corretoras sem precisar aplicar em um fundo de investimentos, passará por uma “segunda onda” de inovações a partir deste sábado (3). Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional e a BM&FBovespa, o objetivo da mudança é aproximar o programa dos investidores.
Também foi anunciado nesta quinta-feira (1º) o lançamento de um aplicativo oficial do Tesouro Direto, pelo qual os investidores poderão realizar as principais transações, como investimentos, resgates, agendamentos e consultas de extratos. Em um primeiro momento, o aplicativo estará disponível apenas para sistemas Android.
Outra novidade é a ampliação do horário de resgate (venda) dos papéis. Até então, o horário de resgate funcionava das 18h às 5h e em tempo integral nos fins de semana e feriados. A partir de 3 de dezembro, funcionará das 9h30 às 18h nos dias úteis, o que possibilitará o processamento da operação “com preços e taxas disponíveis no momento da transação”. Também será possível efetuar o resgate dos títulos das 18h às 5h nos fins de semana e feriados.
Outra nova funcionalidade anunciada para o Tesouro Direto é a possibilidade de receber informações por meio de SMS (mensagens de texto). Será possível receber avisos sobre operações, além de extratos e notificações sobre cobranças de taxas. “O investidor também receberá por email mensagens sobre o status das suas transações, tornando o processo de investimento muito mais previsível”, informaram o Tesouro Nacional e a BM&FBovespa.
Será disponibilizado um novo formato de extrato, que vai facilitar o acesso dos investidores às informações sobre suas aplicações. “Além de contar com um layout mais claro, didático e intuitivo, o extrato trará um gráfico mostrando a evolução do valor das aplicações para investimentos feitos a partir de 2015”, acrescentaram.
Os investidores também passarão a contar com uma “ferramenta de treinamento”. Em parceria com a Escola de Administração Fazendária (Esaf), foi criado um curso online gratuito com os níveis básico, intermediário e avançado. “Os primeiros mil inscritos que concluírem o treinamento na plataforma da Esaf receberão um certificado. O conteúdo do curso também estará disponível no site do Tesouro Direto”, informaram o Tesouro e a BM&FBovespa.
A “primeira onda” de inovações do Tesouro Direto foi anunciada em março do ano passado. Na ocasião, foram anunciados novos nomes para os títulos públicos vendidos no âmbito do programa, com o objetivo de facilitar os investimentos e uma reformulação na página do Tesouro Direto na internet para que seu conteúdo ficasse mais “didático e intuitivo”.
Tesouro Direto
O Tesouro Direto atingiu, pela primeira vez, a marca de um milhão de investidores cadastrados em outubro deste ano. O investimento no Tesouro Direto pode ser uma boa opção para quem não tem muito dinheiro mas busca um investimento de médio e longo prazos. Ao investir em títulos públicos, a pessoa se torna credora, emprestando dinheiro para o governo. Em troca, recebe juros.
Para aplicar no programa, o interessado deve fazer um cadastro em uma instituição financeira no site do Tesouro Direto. O investidor recebe uma senha por e-mail e pode começar a aplicar seu dinheiro.
No Tesouro Direto, assim como nos fundos de investimento, há cobrança do Imposto de Renda. A aliquota do IR é regressiva em ambos os casos. Ou seja, quanto mais tempo os recursos ficam aplicados, menor será o IR pago pelo investidor.
Para aplicações de até seis meses, a alíquota do IR é de 22,5%, caindo para 20% entre seis meses e um ano. Se o prazo da aplicação superar um ano, mas for retirada antes de completar o segundo ano, o IR fica em 17,5%. Acima de dois anos de prazo, a alíquota é de 15%.
Aumento do interesse
O aumento do interesse dos investidores pelo Tesouro Direto coincide com a queda na rentabilidade e atratividade da poupança. Enquanto o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic (a taxa básica de juros determinada pelo Banco Central), o das cadernetas fica limitado a 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR) quando a Selic está acima de 8,5% ao ano.
A alta da inflação, que vem superando a correção da poupança, também tem feito as cadernetas perderem atratividade. Títulos do Tesouro Direto, por exemplo, oferecem rentabilidade acima da inflação – mas há a incidência do Imposto de Renda. O resultado é que, entre janeiro e outubro de 2016, os saques de recursos da poupança superaram os depósitos em R$ 53,25 bilhões.
O saldo total (estoque) de títulos em mercado alcançou o montante de R$ 38,1 bilhões em outubro deste ano, um aumento de 4,1% em relação a agosto (R$ 36,6 bilhões) e de 66,2% sobre outubro de 2015 (R$ 22,9 bilhões).
Fonte: G1