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País registra saída de US$ 2,2 bilhões na parcial de maio

A retirada de dólares no Brasil superou a entrada pela segunda semana seguida, totalizando uma saída líquida de US$ 2,237 bilhão no acumulado em maio até o dia 13, informou nesta quarta-feira (18) o Banco Central.

O movimento de saída de recursos inverte o fluxo do mês anterior, quando foi registrado o ingresso de US$ 6,5 bilhões – a maior entrada de recursos desde abril do ano passado.

No período entre os dias 9 e 13 de maio, a saída de dólares somou US$ 1,023 bilhão. Na primeira semana do mês alcançou 1,21 bilhão.
 
No acumulado no mês, o fluxo cambial pelo canal financeiro (que reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações) registrou saída líquida de US$ 6,254 bilhões.

Essa retirada de dólares foi compensada em boa parte pelo comércio exterior, que até o dia 13 ficou positivo em US$ 4,016 bilhões, com importações de US$ 4,255 bilhões e exportações de US$ 8,272 bilhões.

Saída de US$ 6 bilhões no ano
No acumulado deste ano, até a última sexta-feira (13), a saída de dólares também supera a chegada, neste caso em US$ 6,085 bilhões. No mesmo período de 2015, houve ingresso de US$ 16,295 bilhões no país.

Impacto no dólar
A saída de dólares favorece, em tese, a alta da moeda frente ao real. Isso porque, com menos dólares no mercado, seu preço tende a subir. Neste mês, de fato, o dólar vem registrando pequena alta.

No fim de abril, o dólar estava cotado em R$ 3,44 e, nesta quarta-feira (18), por volta das 12h40, estava sendo negociado a R$ 3,53. Veja a cotação do dólar

No mês, o dólar acumula alta de 1,49%. No ano, porém, a moeda caiu 11,56%.

Além do fluxo de recursos, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil, como o ambiente político a perspectiva de que altas de juros nos EUA atraiam para a maior economia do mundo capitais atualmente aplicados no mercado local.

O mercado reagiu bem à indicação da equipe econômica, incluindo o novo presidente do BC, Ilan Goldfajn, mas aguarda anúncio de medidas econômicas concretas pelo governo do presidente interino Michel Temer.

Interferência do BC
Outro fator que influencia a cotação do dólar são as operações de swaps cambiais (que funcionam como uma venda futura de dólares), ou de “swaps reversos” – que funcionam como uma compra de dólares no mercado futuro.

Com estas operações, a autoridade monetária impede uma alta maior do dólar no mercado à vista e oferece garantia (hedge) às empresas contra a valorização do moeda, ou atua para conter uma queda mais forte.

O Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio nesta quara-feira depois de três dias sem realizar oferta de swaps reversos.

Para muitos operadores ouvidos pela Reuters, o BC tem buscado defender o piso de R$ 3,50 para a cotação do dólar.  Cotações mais fracas tendem a prejudicar a atividade de exportadores ao encarecer produtos brasileiros, atrapalhando a performance da balança comercial em um momento de crise econômica. Por outro lado, o dólar forte pode pesar sobre a inflação local.

Fonte: G1

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