Rio 2016: confira o andamento das obras a 100 dias dos Jogos
A 100 dias da abertura oficial dos primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul, o Rio de Janeiro está com a confiança abalada, principalmente após a queda da ciclovia na Av. Niemeyer, que repercutiu na imprensa internacional. É fato, no entanto, que a grande maioria das obras está adiantada. Aos olhos do Comitê Olímpico Internacional, o país ganhou “selo de aprovação”: na última visita oficial, em 13 de abril, a Comissão de Coordenação confirmou que 98% das instalações de competição, transmissão e hospedagem estavam concluídas.
No campo do legado e das transformações da cidade, as principais obras de mobilidade e de infraestrutura estão em andamento e devem ser entregues às vésperas do Jogos. Estão na lista: a expansão do metrô, o VLT, a ampliação do Elevado do Joá, os BRTs Transoeste e Transolímpica, o piscinão contra enchentes na região da Tijuca e a urbanização da área do Engenhão. Na esfera esportiva, já foram realizados quase 40 eventos-testes em diferentes pontos da cidade e muitas instalações foram inauguradas.
Um ano antes das Olimpíadas, em 5 de agosto de 2015, o G1 detalhou o andamento das principais obras olímpicas na cidade. A pouco mais de três meses, confira abaixo a atualização.
Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)
Total: R$ 1,18 bilhão
O VLT tem 28 quilômetros e 32 paradas. Vai conectar a Região Portuária ao Centro e ao Aeroporto Santos Dumont. Os trens já passam por testes à noite na região do Centro. A previsão é beneficiar 300 mil passageiros/ dia com a integração com metrô, trens, barcas, BRT e o teleférico da Providência. Iniciada em fevereiro de 2014, a obra é executada pela prefeitura com recursos do governo federal e da iniciativa privada.
Situação
Entrega prevista para 2º trimestre de 2016. Na Matriz de Responsabilidades da Autoridade Pública Olímpica, o projeto está com índice de maturidade 4, equivalente a mais de 85% da obra pronta.
Ampliação do Elevado do Joá
Total: R$ 457,9 milhões
A ampliação do Elevado do Joá vai servir para melhorar o acesso entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca. Estão sendo construídas duas novas faixas de rolamento paralelas às existentes e que terão 5 km de extensão. A obra, iniciada em junho de 2014 com dinheiro da prefeitura e recursos do BNDES, vai aumentar em aproximadamente 35% a capacidade viária do elevado. Também haverá uma ciclovia no viaduto atual, com vista para a praia de São Conrado.
Situação
Entrega prevista para o 1º trimestre de 2016. Na Matriz de Responsabilidades da Autoridade Pública Olímpica, o projeto está com índice de maturidade 4, equivalente a mais de 97% da obra pronta.
BRT Transolímpica e Transoeste
Total: R$ 2,2 bilhões
O BRT Transolímpica vai atender 70 mil passageiros por dia e reduzir o tempo de viagem entre a Barra da Tijuca e Deodoro em 60%. Serão 25 km de extensão (13 km de Via Expressa) e 18 estações. A Transoeste, inaugurada em 2012 (no trecho Barra/Campo Grande/Santa Cruz), está sendo ampliada para se integrar à Linha 4 do metrô. A previsão é beneficiar 230 mil passageiros. A extensão do BRT terá 58 km com 62 estações e 4 terminais. Haverá ligação com a Transcarioca, em Curicica (Jacarepaguá), com a Transoeste (Recreio dos Bandeirantes) e com trens da Supervia, em Deodoro.
Situação
Entrega prevista entre o 1º e o 2º trimestre de 2016, na última Matriz de Responsabilidades da Autoridade Pública Olímpica, divulgada em janeiro de 2016. A secretaria de Obras do Rio informa que 90% da obra está pronta.
Linha 4 do Metrô Rio
Total: R$ 8,79 bilhões
A Linha 4 (Barra da Tijuca – Ipanema) é a obra mais cara em execução no Rio. A previsão é transportar, a partir de 2016, mais de 300 mil pessoas por dia e retirar das ruas cerca de 2 mil veículos por hora. Serão seis estações (Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz) e aproximadamente 16 km de extensão. As obras foram iniciadas em junho de 2010 com recursos do governo estadual e privados.
Situação
De acordo com a Linha 4, a entrega do obra está prevista para julho. No dia 10 de abril, o Tatuzão, equipamento usado na construção dos túneis na Zona Sul, concluiu a escavação do trecho Barra-Ipanema. A Linha 4 informou que a obra está 93% concluída e dentro do cronograma.
Porto Maravilha
Total: R$ 8,2 bilhões
As obras foram iniciadas em junho de 2011 com o objetivo de recuperar a infraestrutura urbana da Região Portuária, uma área total de 5 milhões de m². Um dos marcos da revitalização foi a derrubada do Elevado da Perimetral, iniciada em novembro de 2013. São 70 km de urbanização, além da construção de quatro túneis e a renovação de praças e sistemas de transportes. Na região, a cidade ganhou o Museu do Amanhã, que começou a ser erguido em 2012 e foi entregue em dezembro de 2015. Criação do espanhol Santiago Calatrava, o prédio é inspirado na natureza brasileira.
Situação
Em abril de 2016 ficou pronta a Orla Luiz Paulo Conde, com 3,5 km de extensão, um passeio público de frente para a Baía de Guanabara. Obras de urbanização de ruas prosseguem, segundo a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio (Cdurp)
Obras contra enchentes
Total: R$ 459,7 milhões
As obras ocorrem em duas fases. A primeira, iniciada em maio de 2012, é para construção de cinco reservatórios para retenção da água da chuva. O da Praça da Bandeira, na Tijuca, foi inaugurado em 2013 e tem capacidade para armazenar 18 milhões de litros das águas. Acima do reservatório, a comunidade ganhou uma praça com áreas de lazer. Na Praça Niterói, também na Tijuca, foram inaugurados em outubro de 2015, três poços subterrâneos com profundidade equivalente a um prédio de oito andares. As próximas inaugurações são o reservatório da Praça Varnhagen e o túnel de desvio do Rio Joana. A execução do projeto é da prefeitura com recursos dos governos municipal e federal.
Situação
Segundo informações da Secretaria Municipal de Saneamento e Recursos Hídricos a obra na Praça Varnhagen e o Túnel do Rio Joana, serão entregues em junho. O reservatório da praça está com 92% da obra pronta e o túnel 86% concluído.
Urbanização do Engenhão
Total: R$ 52 milhões
A ampliação temporária do Estádio Olímpico (Engenhão) foi iniciada no fim de 2015. O espaço será a sede das provas de atletismo com capacidade para receber 60 mil pessoas. Entre as obras estão a troca da pista de atletismo, instalação de refletores, modificações no sistema de energia entre outras. No entorno, haverá a Praça do Trem, com restauração de antigos galpões um deles abrigará a Nave do Conhecimento Olímpica. As principais ruas do entorno estão sendo reurbanizadas. Os moradores do bairro vão ganhar uma ciclovia com 2 km de extensão. Os recursos usados nas obras são da prefeitura. Em maio, será realizado evento-teste no Engenhão.
Situação
Entrega prevista até maio para realização de evento-teste de Atletismo.
Arena do Futuro
Total: R$ 146,8 milhões
A Arena do Futuro, que receberá as competições de handebol, na Olimpíada e goalball, na Paralímpiada, é uma instalação temporária e será desmontada para se transformar em quatro escolas municipais que vão começar a funcionar em 2018. A Arena tem capacidade para 12 mil lugares. O custo da montagem das escolas após os jogos será de R$ 31 milhões. Cada unidade terá capacidade para receber 500 alunos. Serão duas escolas na Barra da Tijuca, uma em Jacarepaguá e outra em São Cristovão, na Zona Norte. O projeto, chamado de arquitetura nômade, é considerado um dos mais ousados do Parque Olímpico, área de 1,18 milhão de metros quadrados onde estarão concentradas as disputas de 16 modalidades olímpicas e 10 paralímpicas.
Situação
Foi a primeira arena entregue pela prefeitura no Parque Olímpico, em setembro de 2015. Eventos-teste de handebol e goalball estão marcados para o espaço no final de abril e início de maio.
Estádio Aquático
Total: R$ 225,3 milhões
O estádio com 18 mil lugares tem estrutura permanente. Após os jogos, será integrado ao Centro Olímpico de Treinamento (COT), para atletas de alto rendimento. Local das competições de natação Olímpica e Paralímpica e das de polo aquático nas Olimpíadas, as duas piscinas, as arquibancadas e a cobertura, que têm estruturas metálicas modulares desmontáveis, serão deslocadas para locais onde a população poderá ter acesso gratuito ao esporte, segundo a prefeitura.
Situação
Foi entregue no início de abril. Está recebendo até o final de abril diversos eventos-teste de natação olímpica, paralímpica e de polo aquático.
Complexo Esportivo de Deodoro
Total: R$ 825,4 milhões
Em julho de 2014, o Complexo Esportivo de Deodoro começou a passar por obras para receber 11 modalidades olímpicas e quatro paralímpicas. O espaço já tinha cerca de 60% das instalações prontas após sediar o Pan de 2007 e os Jogos Mundiais Militares de 2011. As obras foram coordenadas pela prefeitura do Rio com verba do governo federal. O centro de tiro, a pista de BMX, centro de hipismo, centro de hóquei sobre grama, piscina de pentatlo moderno, circuito de montain bike e o estádio receberam eventos-teste entre agosto de 2015 e março deste ano. Ao fim dos Jogos, o circuito de canoagem slalom e a pista de BMX vão fazer parte do Parque Radical, o segundo maior da cidade, atrás apenas do Parque do Flamengo (Aterro), na Zona Sul.
Situação
As obras começaram a ser entregues no quarto trimestre de 2015. Em março deste ano foram entregues o Estadio de Deodoro (instalação temporária) e a Arena da Juventude (instalação permanente). Desde o Pan de 2007, a região já recebeu mais de 300 eventos esportivos internacionais, nacionais, regionais e locais.
Laboratório de Dopagem
Total: R$ 188,36 milhões
O novo prédio no Fundão, na Ilha do Governador, Zona Norte, está em funcionamento desde agosto de 2014. As obras de construção e novas instalações do LBCD foram concluídas em julho de 2014 com recursos do governo federal. Já o Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (LADETEC) ficou pronto no início deste ano, mas ainda não foi inaugurado. Em maio do ano passado, a Agência Mundial Antidopagem (Wada) recreditou o LBCD para atuar nos Jogos 2016. Cerca de 150 pessoas trabalham no laboratório. Os números devem dobrar para os jogos com voluntários e especialistas estrangeiros. O LBCD vai funcionar 24 horas, sete dias por semana, durante quatro semanas.
Situação
O Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (LADETEC) foi entregue no início de 2016, de acordo com a UFRJ.
Centro Internacional de Transmissão (IBC)
Total: R$ 1,67 bilhão
O Centro Internacional de Radiodifusão (IBC) é destinado a 95 emissoras de TV de mais de 200 países que levarão imagens para 5 bilhões de telespectadores em todo o mundo. O IBC ocupa uma área igual a oito campos de futebol dentro do Parque Olímpico. Pelo local deverão passar cerca de 10 mil pessoas. No centro do IBC será instalada uma câmera fixa que será usada como uma espécie de observatório da segurança dos Jogos Olímpicos. O local fica a cerca de 30 metros de altura, o equivalente a um edifício de dez andares.
Situação
A obra foi iniciada em outubro de 2013 com recursos da iniciativa privada. O espaço foi entregue pela prefeitura do Rio em novembro do ano passado. Desde então, emissoras estão montando equipamentos para as transmissões.
Campo de Golfe
Total: R$ 60 milhões
Fica na Reserva de Marapendi, a 9 km da Vila Olímpica e Paraolímpica. A obra gerou polêmica por conta de possíveis problemas ambientais. Duas ações foram ajuizadas no Ministério Público que vê irregularidades na concessão da licença ambiental e no estudo técnico. A prefeitura fez um dossiê para comprovar que o campo não afeta o meio ambiente. Segundo a prefeitura, para a construção do campo foi usada uma área de 58 mil metros quadrados do Parque Marapendi, o equivale a apenas 3,5% do total do parque. Depois de sediar as provas nos Jogos de 2016, se tornará um campo público por 20 anos, administrado pela Confederação Brasileira de Golfe.
Situação
A obra foi iniciada em fevereiro de 2013, com recursos do governo municipal e privado. A inauguração aconteceu em novembro de 2015.
Baía Viva
Total: R$ 43,23 milhões
No início de abril, foi inaugurada uma obra que o governo do estado classifica como uma das mais importantes para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio: a galeria de cintura da Marina da Glória. A galeria é uma tubulação para captar efluentes lançados em galerias de águas pluviais em tempo seco, que visa livrar a raia de competição e a região das disputas de vela do lançamento clandestino de esgoto nas águas da Baía de Guanabara. Na candidatura, em 2009, o Rio assumiu o compromisso de coletar e tratar 80% do esgoto despejado na Baía, mas as autoridades já assumiram que a meta era inviável e não será cumprida. Para as Olimpíadas, estão sendo instaladas ecobarreiras e ecobarcos. As ecobarreiras são dispositivos flutuantes colocados nos rios e canais para controlar o lixo flutuante. Serão 17 ecobarreiras. Desse total, nove já foram instaladas no Rio e em Duque de Caxias. O total de recolhimento de lixo nestas ecobarreiras, em média, é de 230 toneladas mensais. A SEA prevê instalar, até julho, mais oito ecobarreiras na Baixada Fluminense e Região Metropolitana. Em 2015, dez ecobarcos iniciaram operação nas águas da baía monitorando a rota do lixo flutuante. O valor total é de R$ 23,9 milhões.
Situação
Em 15 de abril foi inaugurada obra da Cedae, na Marina da Glória. A Secretaria de Meio Ambiente já instalou nove ecobarreiras e prevê mais oito até julho.
Esgotamento Eixo Olímpico/Zona Oeste
Total: R$ 804,08 milhões
Estão em andamento as obras que devem garantir o esgotamento sanitário do Eixo Olímpico, beneficiando diretamente regiões da Barra e Jacarepaguá, ainda não conectadas à rede de esgotamento sanitário da Cedae. Segundo a companhia, o eixo viário, formado pelas avenidas Abelardo Bueno e Salvador Allende, onde estão as principais intervenções de ligação de tubulações à nova rede de esgotos da região. Está sendo construído um tronco coletor na Avenida Abelardo Bueno e três novas elevatórias. A Elevatória Olímpica terá capacidade para bombear 1,1 mil litros de esgoto por segundo. Segundo a Cedae, até 2007 a região da Barra não tinha tratamento de esgotos.
Situação
De acordo com informações da Cedae, as obras de esgotamento sanitário do Eixo Olímpico estão mais de 80% concluídas, devendo ficar prontas em julho.
Fonte: O Globo