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Saia justa entre Brasil e Venezuela, em 10 tópicos

1) Senadores brasileiros de oposição foram à Venezuela para visitar presos políticos locais. Demoraram para ter o voo oficial autorizado pelo governo venezuelano. Chegaram a cogitar ir em voo pago com o fundo partidário. Por fim, voo da Força Aérea Brasileira foi autorizado depois de muita pressão feita inclusive pelo governo brasileiro.
2) Na Venezuela, senadores foram hostilizados. Contam que a caminhonete onde estavam foi apedrejada. O líder do grupo, Aécio Neves (PSDB-MG), cobrou que Dilma Rousseff, sua adversária nas últimas eleições presidenciais brasileiras, tome alguma atitude. Claro, candidatíssimo para as próximas eleições presidenciais, tenta tirar uma lasca.
(a foto acima foi tirada pela ex-deputada venezuelana María Corina Machado)
3) Após horas na Venezuela, diante da dificuldade de deixar o Aeroporto de Caracas, a comitiva brasileira decidiu retornar ao Brasil sem cumprir a agenda planejada, que era a de visitar os presos políticos locais.
4) De acordo com relatos de Aécio Neves, Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) pelo microblog Twitter e pelo Facebook, o grupo foi “sitiado” e se viu em apuros.
5) No Brasil, Câmara dos Deputados viveu intenso debate sobre o assunto. Aprovou moção contra a hostilidade a que os oito senadores brasileiros foram expostos.
6) Líder do governo, José Guimarães (PT-CE), listou providências tomadas pelo governo brasileiro. “O Itamaraty já está acionado, o governo brasileiro está tomando todas as providências para garantir a integridade física da delegação brasileira, até porque o governo brasileiro respeita vossas excelências”, disse. A embaixada da Venezuela foi acionada.
7) O episódio impediu, no Brasil, a votação do projeto de lei que reduz as desonerações nas folhas de pagamento de 56 setores da economia brasileira, entre os quais construção civil.
8) Líder opositor moderado venezuelano Henrique Capriles, governador de Miranda, atribuiu ao presidente Nicolás Maduro as dificuldades que os senadores brasileiros enfrentaram em Caracas. Pediu desculpas.
9) “Que vergonha mandar bloquear @NicolasMaduro a passagem da delegação Senadores Brasil”, afirmou o opositor em sua conta no Twitter. “Em nome do nosso povo pedimos desculpas à Delegação Senadores Brasil @AecioNeves Não confundam @NicolasMaduro com essa nobre pátria”, complementou.
10) Aécio Neves cobrou que Dilma chame de volta a Brasília o embaixador brasileiro em Caracas, Rui Pereira, para dar explicações sobre o incidente.  Chamado a consultas é, em muitas ocasiões, episódio prévio ao rompimento.
Obs: senadores deixaram Caracas se sentindo com o dever cumprido: mesmo sem ter conseguido visitar os políticos presos, acham que mostraram a dificuldade de diálogo existente com o governo venezuelano. É a imagem que queriam passar.
Obs1: antes dos senadores brasileiros, houve, da parte de ex-presidentes latino-americanos e do ex-premier espanhol Felipe González, tentativas frustradas de fazer o mesmo. Os presos políticos não recebem visitas.
Resultado: criou-se, sim, um clima constrangedor entre Brasil e Venezuela.

Fonte: Leo Gerchmann, http://wp.clicrbs.com.br/

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